O Brasil é considerado um dos países mais desiguais do mundo, conforme demonstram os dados do World Inequality Lab de 2021. A pesquisa destaca dados alarmantes sobre a lacuna econômica entre as classes brasileiras, no qual os 10% mais ricos no Brasil ganham quase 59% da renda nacional total. A concentração de capital é ainda maior na faixa dos ultra-ricos, com o 1% mais abastado da população possuindo 48,9% da riqueza do país.
Este nível de desigualdade se reverbera em outros âmbitos da sociedade, desde o acesso a direitos fundamentais, como saúde, saneamento básico e educação de qualidade. Neste sentido, o país enfrenta outro cenário igualmente importante para a geração de oportunidades: o abismo da inclusão digital.
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Considerando um mundo cada vez mais conectado e com transformação digital a toda velocidade, a conexão com a internet se tornou uma ferramenta para o acesso à capacitação, oportunidades de trabalho e até mesmo a serviços financeiros. O problema é que quase 34 milhões de brasileiros nunca acessam a internet — é o que demonstra o levantamento do Instituto Locomotiva e da consultoria PwC.
A conexão à internet se tornou uma ferramenta fundamental para o acesso à educação e capacitação profissional.Fonte: GettyImages
Segundo o estudo, o celular é o dispositivo mais comum entre os brasileiros que permite o acesso à internet, sendo utilizado por 99% da população com esta finalidade. Os dados ainda apontam que mais da metade dos usuários no Brasil (58%) possuem o aparelho como o único meio para se conectar.
No entanto, com a crise dos chips no mercado tecnológico e smartphones cada vez mais caros, sobram poucas opções para quem deseja adquirir um modelo. Serviços de assinaturas de celular é um mercado que vêm crescendo e adquirindo espaço como uma alternativa à compra dos modelos mais caros.
Neste artigo, o TecMundo vai te ajudar a entender como este serviço pode ajudar, suas vantagens, desvantagens e muito mais. Confira!
Como funciona a assinatura de celular?
Através de uma assinatura mensal, o usuário pode ter acesso a um dispositivo topo de linha por 12 meses.Fonte: GettyImages
Conhecido como assinatura de celular, o serviço na realidade funciona como um aluguel. O cliente pode escolher dispositivos novos ou usados de grandes marcas, como Apple e Samsung, para utilizar por 12 meses. Durante este período, é pago um valor mensal menor do que seria uma parcela do dispositivo novo – podendo variar com o modelo e marca escolhidos.
Ao final do prazo de 12 meses, os assinantes podem escolher entre algumas opções, são elas:
- Renovar a assinatura e continuar com o mesmo aparelho;
- Trocar por um modelo mais novo;
- Adquirir o dispositivo por um valor extra;
- Devolver o aparelho sem custos.
Quanto custa a assinatura mensal de um celular?
O dispositivo escolhido para comparação entre os serviços foi o iPhone 13, lançado pela Apple em 2021.Fonte: GettyImages
O TecMundo avaliou os serviços de duas empresas de assinatura: a Allugator e a Leapfone. O dispositivo escolhido para a comparação foi o iPhone 13 de 128 GB. Na loja oficial da Apple, o dispositivo pode ser encontrado por R$ 5.499,00 em até 12x ou por R$ 4.949,10 à vista. Confira a comparação dos resultados:
- Allugator: R$ 2.379,00 à vista ou em 12x sem juros;
- Leapfone: R$ 3.108,00 em 12x sem juros no cartão, ou a cobrança mensal de R$ 279,00 — totalizando R$ 3.348,00 em 12 meses.
A mensalidade da Leapfone inclui seguro contra roubo e danos e o dispositivo acompanha capinha, película, carregador completo e brindes exclusivos. Após o pagamento de 30 parcelas, o cliente pode adquirir o dispositivo por apenas R$ 1,00.
A assinatura da Allugator inclui seguro para furto ou roubo qualificado, mas não inclui danos. Além disso, por trabalhar com economia circular, a empresa não permite que os usuários adquiram o dispositivo após o prazo de 12 meses. Eles podem escolher entre renovar o aluguel, trocar o modelo ou devolver o dispositivo.
Ambas as empresas não trabalham com modelos novos, mas sim dispositivos usados que passaram por processos de manutenção.
Vantagens e desvantagens do aluguel de smartphones
A principal vantagem da assinatura de celulares está no acesso a dispositivos topo de linha por um valor abaixo do mercado. Considerando o valor anual, assinar o iPhone 13 em qualquer uma das empresas sai mais barato do que comprar diretamente da loja.
No entanto, este modelo funciona melhor para pessoas que desejam atualizar seus dispositivos ano após ano. Considerando que, após o prazo de 12 meses, o assinante não se torna proprietário do dispositivo, a compra a prazo pode ser mais benéfica para quem não tem interesse em atualizar seu dispositivo constantemente.
Para quem é indicado o modelo de assinatura?
Empresas e profissionais que trabalham com criação de conteúdo e produção audiovisual podem usufruir dos benefícios da assinatura de celular.Fonte: GettyImages
Os serviços disponíveis no mercado são indicados para profissionais e empresas que precisam de dispositivos topo de linha, com câmeras, armazenamento e processamento mais potentes – como criadores de conteúdo e empresas que atuam com produção audiovisual. Os modelos de assinatura atuais não possuem muito apelo para dispositivos de entrada.
Como o aluguel de smartphones pode ajudar na acessibilidade digital?
Apesar de as assinaturas de celular disponíveis atualmente não cumprirem com um papel mais ativo na acessibilidade digital, seu conceito e modelo de negócios podem ser replicados para facilitar o acesso a dispositivos de qualidade e a conexão com a internet.
Além de desempenhar uma função importante na economia circular e na sustentabilidade do planeta, este tipo de serviço pode impactar diversos setores da indústria ao facilitar o acesso a dispositivos de alto desempenho.
Por fim, é importante entender que o processo da aceleração digital não deixará de avançar e os smartphones se firmaram como um dos principais meios de beneficiar a população ao acesso à internet.
Dessa maneira, este modelo torna viável estabelecer uma ação conjunta entre governos, empresas e instituições de ensino para criar um ecossistema forte para sustentar todo o potencial da população de 34 milhões de brasileiros ainda desconectados.
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