O mês do Orgulho LGBTQIAPN+ é celebrado em junho, mês no qual empresas, monumentos e pontos túristicos refletem as cores do arco-íris como forma de homenagear a data.
Porém não podemos ter orgulho apenas em junho. O Orgulho é para valer o ano todo!
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O dia do Orgulho LGBTQIAPN+ nasceu em 1969, nos EUA. Na época, as leis contra homossexuais — ou qualquer variação no espectro de sexualidade — eram bem rígidas, proibindo manifestações públicas de afeto e até o consumo de bebidas alcoólicas.
Para burlar essas restrições, a comunidade dependia de clubes, como o Stonewall Inn, em Nova York. Em 28 de junho daquele ano, uma blitz acabou em enfrentamento entre público policiais, resultando em um protesto de seis dias que reuniu mais de 2.000 pessoas em frente ao Stonewall.
A manifestação cobrava por direitos iguais e, principalmente, liberdade para a comunidade LGBTQIAPN+ existir sem precisar se esconder. Desde então, junho passou a ser o mês para promover visibilidade dessa luta, com paradas, eventos, e muito trabalho de educação.
A sigla é grande, mas o conceito de inclusão é ainda maior
A comunidade sempre foi vítima de muitas violências, e até bem pouco tempo atrás, se falava relativamente pouco sobre o assunto. Graças às redes sociais, essas pessoas começaram a conquistar voz própria para expor essas violências, mas também celebrarem e se orgulharem de suas lutas e conquistas.
Além disso, o maior acesso à informação facilitou a percepção de que a sexualidade funciona mais como um espectro do que caixinhas bem definidas. Tanto por isso, também ficou mais fácil se situar nesse cenário, entendendo que está tudo bem em não preencher todas as supostas funções de gênero, quase sempre arbitrárias.
A luta por inclusão e representatividade da comunidade LGBTQIAPN+, precisa ser diária. Fonte: Getty Images
Segundo estudo realizado pelo Bedbible Research Center, cerca de 10% da população já se identifica como LGBTQIAPN+. Com este conceito atualizado da sexualidade como conjuntos de relações complexas, abandonando a noção de papéis fechados, a tendência é que essa estatística aumente, não porque as pessoas assumem outros papéis, mas porque finalmente se reconhecem e se sentem representadas.
Mais que dar voz, inclusão é ouvir e agir
Naturalmente, as empresas também utilizam o mês de junho para promoverem ações de inclusão direcionadas à comunidade LGBTQIAP+. O problema é que fazer isso apenas um mês por ano funciona mais como publicidade que como programas efetivos de diversidade e inclusão.
Não são raros os relatos de funcionários LGBTQIAP+ denunciando as diferenças entre o discurso durante o mês do Orgulho e a prática cotidiana de seus empregadores. Mudar este cenário é essencial e depende, principalmente, de modelos de gestão e liderança atualizados.
Pensando em mudar esse cenário a Intel tem em suas metas ser cada dia mais uma empresa inclusiva e diversa, assim como, tornar todo o ecossistema de tecnologia mais diverso. E para atingir essas metas não podemos trabalhar sozinhos, por isso, desde 2019, ela é signatária do Fórum de Direitos e Empresas LGBTQIAP+, e vem trabalhando para promover direitos das comunidades dentro e fora da empresa. Para a Intel, toda voz é importante, e proporcionar a mudança depende ouvir essas vozes e agir.
Para proporcionar mudanças significativas, as empresas precisam dar visibilidade as pessoas da comunidade LGBTQIAP+ não apenas em junho, mas o ano todo. Fonte: Getty Images
Nós acreditamos que o crescimento real só é significativo quando todos fazem parte do processo, e por isso investimos em criar equipes diversas. Isso traz perspectivas diferentes e promove ideais e experiências mais criativas e inovadora.
Como resultado, a Intel está listada em dois dos estudos mais relevantes sobre diversidade e inclusão de gênero. O primeiro deles é o Índice de Igualdade de Gênero, da Bloomberg, onde mais de 600 empresas — 16 brasileiras — foram avaliadas. O segundo ranking é o de Melhores Empresas para pessoas LGBTI+ Trabalharem, da Human Rights Campaing Foundations.
Orgulho de verdade começa na gestão
A pesquisa, Human Rights Campaing Foundations, realizada desde 2022, é parceria entre o Instituto +Diversidade e o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, e funciona como ferramenta para empresas avaliarem suas práticas e entenderem como melhorá-las.
O levantamento considera itens como medidas de proteção aos trabalhadores, responsabilidade da liderança, treinamentos e prestação de contas. De 110 pontos possíveis, a Intel atingiu nota 100, ficando entre as empresas com práticas de diversidade e inclusão LGBTQIAPN+ mais avançadas do Brasil.
Incluir é um trabalho constante e em todos os níveis
A política interna da empresa tem que atender aos tópicos abordados pela pesquisa do Instituto +Diversidade, principalmente nos quesitos que envolvem educação e liderança.
Algumas estratégias são essenciais para garantir uma liderança inclusiva, e um time forte de compliance é o primeiro passo.
- Mensagem clara para todas as pessoas! — A missão de inclusão deve ser comunicada, da forma mais clara possível, a todos colaboradores, inclusive gestores, por meio de treinamentos.
- Discriminação é coisa séria! — Fortes políticas anti-discriminação garantem que todas as pessoas saibam o que não é tolerado. Vale reforçar que, dependendo do caso, certas atitudes configuram crime e o desligamento é o menor dos problemas.
- Gestos pequenos também fazem diferença. — Espaços neutros em termos de gênero, como banheiros unissex, ou mesmo a utilização de linguagem neutra ajudam muito, melhorando o convívio e a sensação de aceitação no espaço da empresa.
- Ouvir e agir! — É preciso monitorar como (e se) as políticas de inclusão estão sendo aplicadas, e consultar funcionários sobre pontos que precisam melhorar. Novamente, dar voz à comunidade LGBTQIAP+ é essencial, mas também é preciso ouvir essas vozes.
A sociedade está em constante evolução. Como consequência, os conceitos, relações e papeis sociais também vão se ramificando e ressignificando, e a demanda por inclusão vai sempre crescer. Para não perder o trem da história, acolher e incluir todas as letras da sigla — atuais e futuras — precisa ser um trabalho diário e fazer isso apenas no Mês do Orgulho já é estar atrasado.