Atire a primeira pedra quem nunca foi instigado a consumir algo depois de ver uma publicação em rede social. No Brasil, este cenário é ainda mais frequente do que se imagina. De acordo com o estudo da plataforma de cupons Cupom Válido, com dados da Statista e HootSuite, 43% dos brasileiros afirmam já ter realizado uma compra por influência de um criador de conteúdo – o que coloca o país simplesmente na primeira posição global de relevância dos influenciadores.
Essa parcela emergente da economia que é fomentada por influenciadores digitais ganhou o nome de Creator Economy e tem se projetado como uma importante vertente de negócios no mundo digital. Estima-se que, mundialmente, ela tenha movimentado mais de US$ 16 bilhões em 2022, de acordo com dados da plataforma de marketing Collabstr.
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Creator Economy: influenciadores que fomentam o consumo a partir do digital.
A proliferação da conectividade móvel de alta qualidade foi o fator determinante para o surgimento desse novo jeito de fazer negócios, muito democrático e acessível. O potencial de crescimento desse mercado é enorme, mas ainda esbarra em sérios problemas estruturais. Os maiores obstáculos referem-se à dificuldade de ampliação da conectividade e à falta de projetos de inclusão e letramento digital.
De acordo com a ONU (Organizações das Nações Unidas), 2,7 bilhões de pessoas nunca tiveram acesso a internet, isso equivale a cerca um terço da população mundial. No Brasil, segundo dados da última PNAD Contínua, divulgado pelo IBGE, são 28 milhões de pessoas sem conectividade.
Não investir em políticas públicas de letramento digital significa privar a parcela mais vulnerável da população de ter acesso a muitas possibilidades de inclusão e desenvolvimento social. De acordo com o relatório O Futuro do Trabalho 2023 elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, 44% das habilidades exigidas pelo mercado nos próximos anos será alterada pela tecnologia e 60% da atual força de trabalho demandará capacitação para atender as novas necessidades, mas apenas metade terá acesso a elas.
Esse será um dos assuntos abordados no Painel Telebrasil Innovation, no dia 14 de junho, em São Paulo, com a presença de autoridades e CEOs das maiores operadoras de telecom e de empresas de inovação do país.
O presente retrato reforça a necessidade imediata de se fazer investimentos robustos em políticas públicas para expandir a conectividade e acelerar a capacitação digital da população no Brasil. Sem acelerar o passo, o gap da froteira tecnológica tende a aumentar cada vez mais rápido e causar enormes prejuízos econômicos e sociais.
O mundo conectado acelera rapidamente e traz com ele novos hábitos. Os modelos de negócio contemporâneos, incluindo aqueles da Creator Economy, se atualizam e transformam a cada instante. É preciso criar as condições para incluir nesse novo ambiente justamente as pessoas que mais necessitam.