A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) estão estudando o uso da tecnologia blockchain para combater as fake news. O projeto pretende criar uma solução descentralizada de "fact checkers", utilizando algoritmos de geração de consenso para investigar a veracidade das informações.
O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou que a nova ferramenta de checagem de informações a partir do blockchain deve contar com a contribuição de veículos profissionais de imprensa que devem trabalhar de forma colaborativa. O recurso deve estar disponível para uso dentro de um ano.
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O executivo explicou que o projeto pretende utilizar algoritmos do tipo "proof of stake" (PoS) para classificação de conteúdo. Ele ressaltou que esta é uma tecnologia da Web 3.0 e que o uso do blockchain como arma para combater fake news demonstra o envolvimento da Anatel em assuntos do ecossistema digital.
Como funciona a tecnologia blockchain?
A tecnologia blockchain proporciona transparência e segurança para a realização de diversas transações. Fonte: Getty Images
O blockchain é uma tecnologia que funciona como um livro-razão digital descentralizado e imutável, muito utilizado em criptomoedas, como bitcoin. Ele funciona como um banco de dados distribuído em que as informações são armazenadas em blocos interconectados que formam uma cadeia.
Cada bloco contém um conjunto de transações e um registro criptografado de transações anteriores. Quando um novo bloco é adicionado à cadeia, todas as transações em cada bloco são verificadas e validadas por uma rede de computadores que trabalham juntos para manter a integridade da rede.
Uma vez que um bloco é adicionado à cadeia, ele é considerado imutável, pois qualquer tentativa de alterar os dados em um bloco seria imediatamente detectada pela rede. Dessa forma, as informações checadas e validadas pela comunidade podem ser identificadas pelos usuários, o que facilita a identificação de conteúdo confiável e de qualidade.
O blockchain também pode ser programado para executar contratos inteligentes, que são acordos digitais autoexecutáveis que seguem um conjunto predefinido de regras. Isso permite que as transações sejam automatizadas e reduz a necessidade de intermediários.
Anatel no PL das fake news
A Anatel tem liderado debates em fóruns internacionais sobre ecossistemas digitais, como inteligência artificial e metaverso. Por isso, Baigorri defende que a agência tenha o papel de supervisão das plataformas digitais e reivindica que a nova competência da agência seja definida no Projeto de Lei (PL) das fake news.
O presidente da Anatel destaca que o órgão tem 25 anos de experiência no setor de comunicações, com mais de 120 mil processos sancionadores aplicados e presença em todas as capitais brasileiras. “Nós vamos usar toda essa estrutura operacional para garantir que o desejo do Congresso Nacional seja efetivamente cumprido pelas big techs”, afirma o executivo.
Recentemente, Baigorri se reuniu com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, para falar sobre o projeto e construir um acordo de cooperação com a corte para iniciativas de combate à disseminação de desinformação e discursos de ódio.
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