A cashless economy é uma revolução no sistema econômico em que todas as transações são realizadas por meios digitais, como cartões de crédito/débito, a modalidade por aproximação, pagamentos móveis com o NFC do celular ou smartwatch, transferências online e outros sistemas de pagamento eletrônico.
No Brasil ainda temos a adoção do Pix, que de acordo com pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), do Serviço de Proteção aoCrédito (SPC Brasil) e o Sebrae, é utilizado por cerca de 70% dos brasileiros para realizar suas transações financeiras.
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Sabemos que é a tendência atual, principalmente porque essa evolução só faz com que o dinheiro físico não seja mais o principal meio de troca, já que o objetivo da cashless economy é reduzir o uso de dinheiro e promover os sistemas de pagamento digital que, em tese, devem ser mais eficientes, seguros e transparentes.
A ideia é que as transações sem dinheiro também ajudem a reduzir o risco de fraude e lavagem de dinheiro, além de facilitar o rastreamento e o monitoramento das transações financeiras.
Por isso, a adoção da cashless economy é impulsionada pelo uso crescente e pelo desenvolvimento da tecnologia por todo o mundo e pelo aumento do comércio eletrônico. Países como a China, Suíça, Noruega e a Finlândia fizeram progressos significativos para se tornarem cashless, com transações em dinheiro representando menos de 10% de todas as em alguns casos.
Um ponto que ajuda na adoção da cashless economy e que torna sua adoção ambígua é o fator “dependência digital”, tanto no campo amplamente discutido se relacionarmos tempo de tela, idade de acesso à dispositivos, quanto ao fator de que esse modelo econômico pode cair em interrupções nas transações financeiras se houver problemas técnicos ou falhas nos sistemas.
Os principais benefícios da cashless economy podem ser significativos e de longo alcance, porque promovem uma maior eficiência; há muitos indícios de uma diminuição de crimes cometidos, uma inclusão e diminuição de custos financeiros e a facilitação do crescimento exponencial da economia devido a um fácil acesso no geral - para pequenos comerciantes, vendedores autônomos, entre outros.
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Os sistemas de pagamento eletrônico são mais rápidos e convenientes do que as transações em dinheiro, o que pode reduzir os custos das transações e aumentar a produtividade; podem reduzir a incidência de crimes relacionados a dinheiro, como furto e falsificação; e podem ajudar a estimular o crescimento econômico aumentando a velocidade do dinheiro.
No entanto, também há preocupações e é necessário que os países estudem meios de diminuir os impactos negativos - que sempre existem - para que nenhum gargalo nas operações traga malefícios para a população e para as empresas que podem depender totalmente desse tipo de operações. O uso generalizado de sistemas de pagamento eletrônico levanta preocupações sobre privacidade e segurança de dados - a LGPD está sendo implantada para regulamentar pontos críticos.
O conceito de cashless economy está se popularizando rapidamente do Brasil e no mundo.Fonte: Getty Images
As transações eletrônicas podem ser rastreadas e monitoradas, o que pode gerar preocupações sobre a privacidade e a segurança das informações financeiras pessoais. Outro ponto que preocupa alguns especialistas é a criação de uma divisão, visível na nossa sociedade, mas agora em um âmbito digital entre aqueles que têm acesso a sistemas de pagamento eletrônico e aqueles que não têm.
Isso pode criar mais exclusão e discriminação, principalmente para populações de baixa renda e idosos, por exemplo, que podem não ter acesso a sistemas de pagamento digital ou não entender as novidades tecnológicas.
O impacto da cashless economy ainda depende de vários fatores, incluindo a sua taxa de adoção, uma boa estrutura regulatória e o nível de infraestrutura tecnológica de cada país. Se a cashless economy é realmente boa ou não ainda vamos descobrir com o tempo de uso e as estratégias adotadas a nível governamental, empresarial e até mesmo pessoal.