Desde 2020, o trabalho home-office ganhou força no mercado de trabalho. De lá para cá, muitos colaboradores e empresas aderiram e mantiveram o modelo, enquanto outros preferiram retornar ao presencial – ao menos, algumas vezes por semana, não só por imposição da empresa, mas muitas vezes por desejo dos colaboradores – aliás, não é esse o foco da discussão que proponho.
Gostaria de inverter a ordem da conversa neste artigo, não abordando qual modelo seria melhor, mas qual modelo seria melhor para quem. É um simples pronome na frase, mas que muda tudo.
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Ao invés de “qual modalidade de trabalho devo oferecer na minha empresa?”, algumas questões devem ser feitas, de forma a alicerçar a escolha e garantir um bom ambiente interno e um bom nível de satisfação dos clientes. O que meus colaboradores preferem? Eles têm o perfil adequado para esse modelo? A empresa apresenta melhores resultados por meio de qual modelo?
Quando a preferência dos colaboradores é home-office, é implícita a necessidade de um perfil autônomo, a pessoa precisa ter capacidade de autogestão. Além disso, é preciso que a empresa e o core business permitam a criação e a implantação de indicadores de performance, isto é, uma maneira objetiva de mensurar de maneira quase que autônoma se aquele profissional está performando ou não.
Esses sistemas não precisam ser complexos, basta um modelo de gestão eficiente. Se o seu negócio permite isso, o modelo home-office pode ser viável e muito eficiente, uma vez que os colaboradores que preferem esse modelo tendem a enxergar essa possibilidade como benefício.
Agora, o fato de ser viável e eficiente não significa capacidade de emulação da experiência presencial. O que quero dizer é que, ainda que o home-office seja viável, cafezinho não se toma na sala do Zoom. Ainda que eu possa treinar uma pessoa à distância, a experiência do ombro a ombro é sem igual. Como também é sem igual o estresse de um ônibus lotado que custa quase três horas por dia para um trabalhador da cidade de São Paulo, por exemplo.
A ideia de controle do time no presencial e descontrole do time no online é uma falácia. Existem pessoas que conseguem “enrolar” sentadas cara a cara com o chefe e verdadeiras máquinas que entregam excelentes resultados à distância.
E nos dois casos dá para enrolar por longos períodos ou dá para descobrir rápido. Depende da gestão. O que quero dizer é que, na discussão entre home-office, presencial ou híbrido, é preciso se ater a indicadores reais e não a falsos paradigmas.
Conhecer bem o perfil do colaborador e as necessidades do time e negócio, são essenciais na hora de definir e impor a modalidade de trabalho.Fonte: Getty Images
Muito além de trabalhar de casa ou de ir para um escritório todos os dias, o momento é de conhecer melhor os seus colaboradores, a sua forma de trabalhar e o seu core business, além claro dos seus clientes. A verdade é que a sua empresa e as pessoas que lá trabalham podem ganhar ou perder com ambos os modelos.
- Leia também: Quem tem 'medo' do home office?
Eu poderia seguir listando inúmeros prós e contras do home-office e do modelo presencial de trabalho, o que, aliás, vem sendo feito de forma massiva. Mas, o meu objetivo aqui é te fazer pensar no seu negócio e nos seus colaboradores, evidenciando que não existe certo e errado. Depois disso, com certeza, você saberá responder à pergunta do título deste texto.