Voos do futuro: 6 interiores que prometem revolucionar o modo de viajar

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aviação comercial passa por constantes atualizações com o intuito de tornar a experiência de se deslocar pelo mundo cada vez mais rápida e segura. Alguns desses percursos são mais longos e desgastantes que outros, e as cabines de passageiros também precisam ser reformuladas para se adequar à demanda crescente.

Essas inovações podem variar de cabines em posição vertical, para translados mais curtos e baratos, a hotéis-cápsula para percursos mais longos e até cabines privativas relaxantes, que são muito mais caras. 

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Cabines do futuro

A premiação Crystal Cabin Award elege anualmente os melhores conceitos de inovação no segmento de aviação; apesar de nem todos esses projetos parecerem economicamente viáveis, alguns têm potencial para revolucionar como viajaremos de avião em um futuro não muito distante.

Skyrider

A empresa italiana Aviointeriors apresentou em 2018 o conceito Skyrider de assentos verticais. O projeto, que parece ter saído de uma atração (nada confortável) de parques de diversão, conta com "poltronas" em que o passageiro fica apoiado no encosto, preso ao cinto de segurança e apenas com um microassento para descansar levemente as pernas. A experiência é o equivalente a viajar em pé no metrô apoiado na parede do vagão.

Algumas das vantagens do Skyrider são oferecer aumento aproximado de 20% na capacidade de passageiros e reduzir pela metade o peso das poltronas. Segundo a Aviointeriors, essa conta seria suficiente para, em teoria, garantir que trajetos curtos e rápidos, como pontes aéreas, conseguissem transportar mais passageiros de maneira eficiente sem afetar a segurança, o consumo de combustível e o tamanho da aeronave, apesar do número maior de pessoas.

AviointeriorsConceito Skyrider aproveita espaço interno de aeronaves ao máximo com passageiros sem violar certificações de segurança. (Aviointeriors/Reprodução)

Assento econômico chaise longue

O assento chaise longue (ou espreguiçadeira) é um conceito projetado por Alejandro Núñez Vicente com o intuito de garantir mais espaço para os passageiros esticarem as pernas. No entanto, para tornar isso possível, as poltronas ficariam posicionadas muito próximas umas das outras, com um desnível as deixando quase sobrepostas.

No espaço onde caberia uma única fileira de poltronas, o projeto introduz um degrau pouco acima do nível das pernas dos passageiros, alocando uma segunda fileira elevada.

A despeito do espaço extra para esticar as pernas, a ideia parece bem desagradável, especialmente para uma experiência que, mesmo com poltronas convencionais, já é bem claustrofóbica para algumas pessoas.

Em entrevista ao CNN Travel, o criador do conceito afirmou que, apesar de terem sido projetados para o protótipo Flying-V da Universidade de Tecnologia Delft (TU Delft), os assentos-espreguiçadeiras podem ser implementados em Boeings 747, Airbus A330 e outras aeronaves de pequeno e grande porte.

Cabine Cafeteria

Em 2021, o projeto ganhador do Crystal Cabin Award na categoria universitária foi o da cabine cafeteria. Projetada para aviões de grande porte, a fileira do meio daria lugar a um conjunto de mesas com uma divisória no meio em vez das tradicionais três poltronas.

University of CincinnatiCabine cafeteria é o conceito voltado para quem costuma trabalhar durante os voos. (University of Cincinnati/Reprodução)

Ainda que isso reduza a capacidade máxima de passageiros, essa configuração inusitada de cabine oferece a opção de lugares mais apropriados para quem costuma trabalhar durante o voo, sem o risco de a poltrona da frente reclinar e causar acidentes com o laptop ou bebidas quentes.

Elevate

Teague Desing desenvolveu a cabine Elevate em parceria com a NORDAM, empresa aeronáutica estadunidense. O design moderno cria um espaço com móveis suspensos para aumentar a sensação de amplitude do ambiente da cabine.

O acabamento em madeira e os tons remetendo a ambientes naturais também colaboram para proporcionar muito mais conforto aos passageiros. Todavia, o conceito das cabines Elevate, evidentemente, não é voltado para a classe econômica, podendo transformar a viagem em jatos privados em uma experiência, além de confortável, relaxante.

SpaceChiller

Também voltado para voos luxuosos, a Collins Aerospace projetou o minibar SpaceChiller para cabines privativas. O conceito é até 50% mais eficiente em consumo de energia que os modelos tradicionais e a tecnologia utilizada consiste em dissipadores de calor avançados desenvolvidos pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA).

Collins AerospaceMinibar desenvolvido pela Collins Aerospace é compacto e tem baixo impacto ambiental por não utilizar gases de resfriamento. (Collins Aerospace/Reprodução)

O sistema de resfriamento termoelétrico inovador é bem menor que outros sistemas com o mesmo propósito e não depende de gases de refrigeração, reduzindo o impacto ambiental. Outra vantagem dessa tecnologia é que, por ser extremamente compacta e eficiente, ela pode ser aplicada a diversas funcionalidades e serviços, reduzindo inclusive a massa da aeronave utilizada por soluções tradicionais de resfriamento.

Cloud Capsule

Cloud Capsule, ou cápsula nuvem, foi projetada pela Toyota Boshoku Design e é um miniquarto privativo posicionado acima dos assentos normais, onde ficaria o compartimento de bagagem, que é posicionado sob os assentos.

A proposta desses quartos inspirados em hotéis-cápsula é permitir que as companhias aéreas aumentem as margens de lucro ao oferecer uma experiência de luxo sem necessariamente perder o espaço de passageiros regulares.

aaConceito da Toyota Boshoku transforma compartimento superior de bagagem em hotéis-cápsula para a classe econômica. (Toyota Boshoku/Reprodução)

Com as Cloud Capsules, passageiros da classe econômica poderiam utilizar o compartimento superior para, por exemplo, trabalhar em um espaço privativo durante viagens longas. Apesar de interessante, a ideia não é totalmente original, já que o Boeing 337 Stratocruiser, que realizou voos transatlânticos em 1950, já substituía o compartimento de bagagem por camas.

Inovação leva tempo

Tratando-se de tecnologia aeroespacial, alterações significativas, principalmente envolvendo o aumento da capacidade de passageiros, podem gerar riscos desnecessários. Mesmo que um conceito inovador esteja nas especificações técnicas, projetos de engenharia trabalham com margens de erro por questões de segurança.

Introduzir muitos elementos pode acarretar longos períodos de teste e revisão de cálculos, além do tempo necessário para a troca da frota das empresas, que depende da conclusão do ciclo de operação de um modelo para só então o substituir sem haver prejuízo para a companhia aérea.

Dessa forma, essas e outras ideias têm, sim, potencial para revolucionar a aviação comercial, mas é importante frisar que mudanças em cabines de passageiros podem demorar bastante até serem implementadas. Diferentemente de inovações em itens e tecnologias voltadas para segurança e otimização de custos, alterações em projetos internos não são necessariamente urgentes.

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