A Americanas S.A. apresentou na última segunda-feira (20) o seu plano de recuperação judicial (PRJ) à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Esta etapa faz parte do processo que teve início no dia 19 de janeiro, quando a varejista confirmou um rombo superior a R$ 40 bilhões em suas contas.
Na proposta apresentada, que considera todas as partes envolvidas e tem como foco a manutenção do negócio com geração de valor, estão incluídos um aporte de R$ 10 bilhões por parte dos principais acionistas, leilão reverso e a conversão de dívidas em ações. A venda de ativos do grupo também foi mencionada.
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Entre os bens que podem ser vendidos para a redução das dívidas estão uma aeronave avaliada em mais de R$ 40 milhões e a participação no grupo Uni.Co, detentor das marcas Imaginarium e Puket. A recuperação judicial da Americanas também prevê a venda da unidade de negócios Hortifruti Natural da Terra.
A Americanas confirmou que segue a operação normal em mais de 1,8 mil lojas físicas em todo o Brasil.Fonte: Wikimedia Commons
Outra proposta presente no PRJ é a emissão de debêntures simples, que não podem ser convertidas em ações, em valores de até R$ 5,9 bilhões. A emissão de debêntures conversíveis em ações também não está descartada.
Prazos
De acordo com o documento que acaba de ser protocolado, a Americanas pretende pagar alguns credores em até 30 dias após a homologação da recuperação judicial. Os primeiros a receber serão os credores trabalhistas, micro e pequenas empresas que aderirem ao plano.
Já para os demais públicos com valores a receber da companhia, como os credores financeiros e os fornecedores, o prazo para pagamento depende das quantias em aberto. Para aqueles que não aceitarem as condições incluídas no PRJ, o prazo pode chegar a até 20 anos, ou seja, até 2043.
“Construímos um Plano de Recuperação equilibrado e sofisticado, que levou em consideração a condição particular de cada credor e a sua relação com a companhia no futuro. A grande maioria dos nossos principais fornecedores já acenaram de forma positiva para a proposta, embora ainda haja pontos relevantes a acordar”, afirmou o CEO da Americanas S.A., Leonardo Coelho.
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