Depois da mais recente quebra do Twitter segunda-feira (6), quando um único engenheiro tentava barrar o acesso gratuito à API da rede social, um funcionário não identificado desabafou no site Platformer: as falhas na plataforma estão se tornando tão frequentes que a equipe já está se tornando "insensível" a elas.
Sem reconhecer que a ocorrência estaria relacionada ao efetivo encerramento do acesso de clientes terceirizados à plataforma, o suporte da empresa se limitou a tuitar que "Algumas partes do Twitter podem não estar funcionando como esperado no momento”. Também não foi mencionado como foi feita a “mudança interna que teve algumas consequências não intencionais”.
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De acordo com o informante do Platformer, a interrupção de segunda-feira ocorreu depois que um engenheiro fez uma "mudança de configuração ruim" que, na prática "quebrou a API do Twitter”. Segundo o empregado, o crash destruiu muitas ferramentas internas, deixando o chefão Elon Musk, furioso.
A small API change had massive ramifications. The code stack is extremely brittle for no good reason.
— Elon Musk (@elonmusk) March 6, 2023
Will ultimately need a complete rewrite.
Equipe "anestesiada"
Embora tenha assumido a empresa com a promessa de melhorar "drasticamente" a velocidade e a estabilidade do site, Elon Musk promoveu uma onda de demissões, deixando o Twitter com menos de 550 engenheiro em tempo integral. Como previram ex-funcionários, seria uma questão de tempo para a plataforma se tornar vulnerável a falhas "catastróficas".
Essa falha de segunda-feira, por exemplo, que deixou os usuários perdidos no Brasil até as 15h, foi a sexta grande quebra do Twitter neste ano. “Esse tipo de interrupção se tornou tão frequente que acho que estamos todos anestesiados", resumiu o funcionário. A linha do tempo do Twitter, por exemplo, ficou sem funcionar de 18 de fevereiro a 1º de março.
A multiplicação de problema, que tem irritado a base de usuários, reflete alguma das consequências da liderança desesperada de Musk, que enxerga funcionários como custos a serem cortados. "Isso é que acontece quando você demite 90% da empresa", comentou outro empregado no Platform. E concluiu: “Estamos dando risada o tempo todo”.
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