O Banco Central (BC) divulgou, nesta segunda-feira (6), as diretrizes do projeto-piloto do Real Digital. A moeda virtual começará a ser testada em ambiente simulado, não envolvendo valores reais, e a ideia é avaliar os benefícios oferecidos pelos ativos.
De acordo com o BC, esta fase dos trabalhos prevê a participação de usuários. As pessoas poderão realizar depósitos tokenizados, que são representações digitais de depósitos mantidos por instituições financeiras e de pagamentos.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Para verificar como funciona todo o sistema, a base de testadores poderá comprar e vender Títulos Públicos Federais e ainda realizar a liquidação de transações destes títulos.
Esquema do BC mostra como vai funcionar a transação do Real Digital
Durante os testes, serão avaliadas, dentre outras coisas, a privacidade das informações que estarão sendo transacionadas na rede e a infraestrutura das operações, que se basearão em uma plataforma chamada Distributed Ledger Tecnology (DLT), que pode oferecer sigilo, proteção de dados e prevenção à lavagem de dinheiro.
O BC pretende nesta fase permitir que a DLT incorpore tecnologias como os smart contracts (os contratos inteligentes, que são utilizados principalmente para estabelecer regras de criptomoedas) e dinheiro programável (definição de regras para um moeda).
O desenvolvimento e testes estão previstos para acontecer até fevereiro de 2024. Posteriormente, serão avaliados os resultados e elaborados outros protocolos necessários.
Benefícios do Real Digital
O BC prevê que o Real Digital deve ser lançado oficialmente até o final de 2024. O plano faz parte da digitalização da economia pensada pela instituição, que gerou resultados como o Pix, método de pagamento digital instantâneo que foi lançado em outubro de 2020.
Dentre as vantagens, o Real Digital promete ter menor custo de intermediação, maior eficiência e inclusão digital.
A Associação Brasileira de Internet (Abranet) é uma das várias entidades que apoiam a iniciativa. A associação informou enxergar “de forma positiva as diretrizes anunciadas pelo Banco Central para o Real Digital” e disse que elas “representam mais um passo do país rumo à digitalização do sistema financeiro e de pagamentos nacionais e transfronteiriços”.