Para além da formação básica – que sim é fundamental para a sociedade e para os negócios –, a Educação vem ganhando novos contornos e se “embrenhando” em várias áreas da nova economia, incluindo o marketing digital.
Esse movimento se torna ainda mais relevante em um ambiente de juros altos, inflação de mídia e flutuações de mercado no qual muitas empresas buscam otimizar suas operações e resultados. É o clássico fazer mais (de forma mais inteligente ou inovadora), com menos (sem desperdícios ou alocação ineficiente de recursos). É justamente aí que entra a Educação.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
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A ponta do iceberg mais visível é a atuação na formação de mão de obra especializada.
Mesmo com os layoffs anunciados, há ainda uma carência muito grande de profissionais com formação em tecnologia para Inteligência Artificial, Machine Learning e até operação de canais digitais e CRM.
Com isso, muitas empresas criaram seus programas de formação na base, antes mesmo da contratação. Na minha empresa, sempre desenvolvemos talentos internamente e temos projetos em desenvolvimento e ampliação dessas iniciativas para este ano.
Qualificação profissional e atualizações constantes, são essenciais para que os jovens conquistem bons trabalhos no futuro.Fonte: Gettyimages
Gigantes como a Salesforce e o Google já tem práticas consolidadas de formação de jovens talentos, sendo que no último caso é trabalhado também a questão da diversidade. Além disso, vemos no mercado iniciativas importantes em termos de letramento digital e combate a fake news.
Veja também: O acesso à educação no Brasil funciona?
A digitalização trouxe também a cultura de atualização constante, principalmente em relação a novas tecnologias e metodologias. Foi uma mudança de paradigma fundamental, que não foi totalmente assimilada ainda, mas que traz em seu cerne a educação. Em 2022, por exemplo, minha organização obteve mais de 700 certificações, principalmente de grandes plataformas de TI. Em muitos casos, inclusive, as certificações são anuais, o que requer uma atualização constante.
A disseminação cada vez maior de universidades corporativas é outra questão bem visível, com as marcas consolidando suas práticas de capacitação em um programa formal, estruturado e altamente customizado a necessidade de seus negócios. De forma geral, são nesses ambientes que são formados os líderes do futuro.
Paralelo a isso, estamos em uma situação muito interessante: a pandemia provocou um verdadeiro boom de conteúdos, treinamentos, workshops, palestras e cursos EAD com os temas mais variados. Criou-se todo um novo mercado e cultura, com empresas e profissionais dedicados a ele.
Quase tudo agora é muito fácil, acessível, rápido, mas o que estamos fazendo com isso? Deixando tudo para última hora, assistindo aulas na velocidade 1,5 e investindo nosso tempo em conteúdos e fontes não tão relevantes. Neste contexto, temos que ser os curadores da nossa formação e ter disciplina para levar esse plano à prática. O que era muito fácil e simples, tem se mostrado cada vez mais desafiador!!
Por fim, temos entrado em contato com estratégias bastante criativas, como é o caso de uma rede de exames que se associou a um programa de milhagens cuja gama de recompensas abarca iniciativas educacionais e culturais.
No mercado financeiro, temos o caso de instituições que orientam e capacitam clientes em dificuldades financeiras, assim como pequenas empresas. Já há algum tempo, os marketplaces investem na capacitação de seus vendedores em termos de tecnologias e gestão, alavancando os negócios de ambos.
Ou seja, cada vez mais, a educação, alavancada pela tecnologia, vem se mesclando aos nossos negócios e ao próprio marketing, ficando muito difícil estabelecer fronteiras claras. O que fica evidente é o papel central da educação para tangibilizar o potencial dos recursos digitais na nova economia e, por que não, trazer uma opção de receita incremental ou de geração de valor frente a um cenário econômico complexo.