A Oi solicitou à Justiça uma medida liminar proteção contra credores nesta quarta-feira (01), em caráter preparatório para uma segunda recuperação judicial. A empresa telefônica afirma dever R$ 29 bilhões para bancos nacionais e agências de crédito internacional. Em janeiro, a Justiça concedeu pedido semelhante a Americanas.
Em outubro do ano passado, a empresa contratou a consultoria Moelis & Company para negociar seus débitos. Contudo, a negociação não teve resultados concretos e R$ 600 milhões em dívidas têm vencimento no próximo domingo (05). Segundo argumento da Oi, a suspensão do pagamento é necessária para garantir a continuidade de seus serviços.
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"Infelizmente, diversos fatores imprevisíveis, não controláveis, e a sua situação econômico-financeira atual tornaram imprescindível recorrer à proteção judicial”, justifica a empresa. A solicitação da medida visa garantir a preservação da empresa, enquanto grande geradora de empregos e renda, segundo a Oi.
Maior recuperação judicial da América Latina
Com uma dívida de quase 30 bilhões, a Oi se prepara para um segundo processo de recuperação judicial. Fonte: Oi/Divulgação
A Oi passou por um processo que demorou seis anos e foi considerado a maior recuperação judicial da América Latina. A empresa devia R$ 65 bilhões para 55 mil credores. O processo fez a companhia vender a Oi Móvel para Tim, Claro e Vivo, enquanto sua atuação permaneceu apenas nos serviços de fibra ótica.
Ao final da recuperação em dezembro de 2022, a dívida era de R$ 18,3 bilhões. Apesar do sucesso da recuperação judicial, os advogados da operadora argumentam que “a estrutura de capital da companhia continua insustentável”. Sem a proteção da justiça, a estratégia da Oi para os próximos anos será prejudicada.
Em fato relevante comunicado ao mercado, a companhia afirma que as suas prioridades estão no aumento das receitas, na transformação organizacional e na readequação de seus custos. Além disso, a Oi pretende resolver os passivos operacionais da concessão de telefonia fixa e otimizar a sua estrutura financeira.