As big techs Google (Alphabet), Amazon e Microsoft demitirão pelo menos 40 mil pessoas em 2023. Se contarmos os desligamentos realizados pela Meta no ano passado, o número de funcionários desligados das gigantes da tecnologia ao redor do mundo ultrapassa 50 mil.
A mais recente a anunciar a decisão foi o Google, que desligará 12 mil colaboradores, o que representa cerca de 6% da força de trabalho da marca. Sundar Pichai, CEO da marca e da Alphabet, falou em “ciclos econômicos difíceis”.
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Na quarta-feira (18), a líder mundial do varejo Amazon começou a notificar 18 mil funcionários sobre as demissões. Em e-mail enviado diretamente para os colaboradores, Doug Herrington, chefe internacional de varejo da empresa, salientou que é preciso “reduzir o custo de atendimento” para continuar investindo em uma boa seleção de produtos nas lojas, preços baixos e entregas rápidas.
Também nesta semana, a Microsoft confirmou o desligamento de 10 mil pessoas até o final do terceiro trimestre de 2023. "Estamos alocando nosso capital e talento para áreas de crescimento secular e competitividade de longo prazo para a empresa, enquanto desinvestimos em outros setores", pontuou o CEO Satya Nadella.
Em novembro do ano passado, Mark Zuckerberg veio a público confirmar que a Meta estava demitindo cerca de 11 mil pessoas, número que representa 13% do quadro de funcionários. Chamando a decisão de a “mais difícil da história”, o criador do Facebook justificou que os times precisam ser mais “enxutos e eficientes” e disse que dentre os motivos para os desligamentos estão a falta de retorno em alguns investimentos.
Sem exceção, todas as big techs tiveram queda ou desaceleração das receitas no ano passado, além de forte flutuação nas ações no mercado financeiro.
Incerteza global
Apesar das particularidades de cada empreendimento, o cenário econômico incerto é uma das respostas para os cortes em massa em todas as big techs. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Fórum Econômico de Davos, realizado na Suíça nesta semana, dois terços dos economistas-chefes dos setores públicos e privados entrevistados acreditam que a economia mundial terá uma retração neste ano.
“A atual inflação alta, baixo crescimento, alta dívida e ambiente de alta fragmentação reduzem os incentivos para os investimentos necessários para voltar ao crescimento e elevar os padrões de vida dos mais vulneráveis do mundo”, argumentou Saadia Zahidi, diretora administrativa do Fórum Econômico Mundial.
A guerra entre Rússia e Ucrânia e as dificuldades financeiras do continente europeu e dos Estados Unidos justificam o pessimismo dos economistas e políticos.
A invasão da Rússia na Ucrânia causou uma importante crise energética na Europa, o que explica o cenário econômico complicado
Efeitos no Brasil
Como uma das principais economias do mundo e a maior da América Latina, o Brasil também foi bastante afetado pelas incertezas e freios nos investimentos de grandes empresas. Diversos empreendimentos de tecnologia e startups que têm escritório no país demitiram pelo menos uma dezena de pessoas.
Confira, abaixo, as marcas que fizeram demissões em massa desde o ano passado no Brasil:
- Loft: pelo menos 159 demitidos;
- QuintoAndar: pelo menos 160 demitidos;
- Facily: pelo menos 200 demitidos;
- Ebanx: pelo menos 340 demitidos;
- Shopee: pelo menos 50 demitidos;
- iFood: pelo menos 60 demitidos;
- Buser: não se sabe o número de demitidos;
- Loggi: não se sabe o número de demitidos;
- PayPal: pelo menos 60 demitidos;
- Twitter: pelo menos 160 demitidos;
- 99: pelo menos 170 demitidos.
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