Usar a IA ChatGPT para fazer trabalhos não dará certo, dizem professores

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A OpenAI, a empresa de inteligência artificial responsável pela criação do controverso programa gerador de imagens DALL-E, lançou no final de novembro a sua versão de texto de chatbot: o ChatGPT, que promete escrever de maneira inteligente e humana, o que, além de impressionar, deixou muitos redatores com “a pulga atrás da orelha” (será que o programa conhece a expressão?).

Impressionados com a novidade, muitas pessoas usaram o ChatGPT para redigir blocos inteiros de código, roteiros de séries de TV e, naturalmente, redações e trabalhos acadêmicos na íntegra, como os nossos conhecidos TCCs. Isso provocou o temor de que, a partir de agora, os estudantes possam trapacear em seus trabalhos de conclusão de curso.

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Os costumeiros profetas do apocalipse logo foram para as redes sociais dizer que “estamos testemunhando a morte da redação acadêmica em tempo real”, afirmou um estrategista do Google. Mas a coisa não e bem assim, argumentou em entrevista ao Insider o professor Stuart Selber, da Universidade Estadual da Pensilvânia.

O que dizem os professores?

Fonte: Shutterstock/Reprodução.Fonte: Shutterstock/Reprodução.Fonte:  Shutterstock 

Dizendo não ser “um grande fã da melancolia ou da desgraça”, Selber afirmou ao Insider não estar mais preocupado com o ChatGPT da OpenAI do que com qualquer outro avanço recente das chamadas tecnologias literárias, aí incluídos o Word, Wikipedia e o próprio Google, todos apontados como o fim das teses e dissertações.

Apesar de parecer “muito boa de uma forma abstrata”, reconhece o professor de Inglês, alguns aspectos-chave em uma redação eficaz estão ausentes no trabalho do chatbot, como a abordagem de questões precisas ou locais, a criação de um argumento original e, principalmente, o entrelaçamento de hipóteses, em vez de apenas repeti-las mecanicamente, argumenta.

Outra professora, Leah Henrikson, da Universidade de Leeds, aponta outro aspecto fundamental. Como essas ferramentas vão continuar evoluindo, cabe às universidades também fazê-lo, concentrando-se mais na análise crítica e no julgamento – uma habilidade intrinsecamente humana – do que na formatação e retenção de informações, algo que o ChatGPT "tira de letra".

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