Lançado em 16 de novembro de 2020 com uma incógnita, o Pix completa 2 anos de funcionamento nesta quarta-feira (16) sendo um sucesso absoluto. Por ter um custo de operação muito baixo, sendo gratuito para clientes, o sistema desbancou os boletos, TED e DOC e se tornou o principal meio de pagamento dos brasileiros.
Para se ter uma ideia, em setembro deste ano os brasileiros realizaram mais de 2,3 bilhões de transações. O boleto, que foi o segundo meio de pagamento mais utilizado em setembro, teve “apenas” 350 milhões de operações. No país todo, são mais de 138 milhões de usuários cadastrados no sistema.
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E em lembrança aos dois anos do sistema, o TecMundo faz um compilado mostrando os números e um balanço sobre essa que é uma das principais revoluções do sistema bancário brasileiro.
Queridinho do comércio
Com quase 790 instituições financeiras oferecendo a modalidade de pagamento aos clientes, o Pix se tornou um dos queridinhos do comércio eletrônico. De acordo com dados de agosto do Estudo de Pagamentos Gmattos, quase 80% dos donos de lojas eletrônicas entrevistados aceitavam a transferência instantânea.
O número deixou o Pix empatado com o boleto e atrás do cartão de crédito, que é aceito em 98,3% dos varejistas entrevistados. É uma questão de tempo até que o Pix se torne o principal meio de pagamento à vista nas lojas, garantiu Gastão Mattos, cofundador e CEO da consultoria Gmattos.
Segundo o Banco Central, das 138 milhões de contas cadastradas, cerca de 10,5 milhões são de usuários Pessoa Jurídica (PJ). Em outubro do ano passado, o número era de 7,4 milhões, o que representa um aumento de 41%.
Explosão de operações do Pix
Os gráficos do Banco Central sobre os meios de pagamentos do Brasil mostram como foi a explosão de popularidade das transferências por celular. Enquanto boleto, TED, DOC, cheque e outros meios não tiveram grandes movimentos de alta ou queda no uso, o Pix apresenta um aumento impressionante nas operações. Excetuando o período entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, o sistema tem alta no uso mês após mês.
A linha ascendente do uso do Pix mostra como a plataforma se popularizou no país (Fonte: Banco Central)
Balanço
Os números mostram que o Pix é um sucesso absoluto entre comerciantes, clientes e também dentre as entidades representativas. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que a plataforma é bastante eficiente e por isso ultrapassou até mesmo o cartão de débito como principal meio de pagamentos.
“O Pix foi e continua sendo uma ferramenta fundamental para impulsionar a bancarização e a inclusão financeira no país e, desde o seu lançamento, tem se mostrado uma importante oportunidade para o Brasil reduzir a necessidade do uso de dinheiro em espécie em transações comerciais e os altos custos de transporte e logística de cédulas, que totalizam cerca de R$ 10 bilhões ao ano”, afirmou Isaac Sidney, presidente da Febraban.
Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, pontuou ainda que os números mostram que a população utiliza Pix para transações com profissionais autônomos e compras no dia a dia.
“Isso faz com que o número de transações aumente em um ritmo acelerado, trazendo maior conveniência para os clientes, que não precisam mais transportar cédulas para pequenas transações”, diz Vilain.
O futuro da ferramenta
Em nota enviada ao TecMundo, o Banco Central também fez um balanço sobre a ferramenta. A entidade pontuou que a adoção massiva da plataforma não surpreende porque essa já era a expectativa. Apesar disso, a instituição reconhece que a velocidade da adoção superou as expectativas.
“O Pix é mundialmente reconhecido como caso de sucesso. Foi amplamente adotado pela população, empresas e instituições governamentais em um curtíssimo espaço de tempo e tem feito frente aos objetivos públicos ao qual foi desenhado, promovendo redução de custos, eficiência e competitividade no setor de pagamentos, alavancando a digitalização e impulsionando a inclusão financeira e novos modelos de negócio”, diz trecho do comunicado.
Mesmo o sistema de pagamento instantâneo ter caído no gosto de boa parte da população brasileira, ele ainda não “atingiu seu pleno potencial”, de acordo com o Banco Central. A entidade responsável por gerir a política econômica do país lembrou que a agenda dos grupos de trabalho prevê novidades como pagamentos recorrentes de forma automático (como um débito em conta) e interligação com outros países (o que permitirá a transferência de dinheiro para pessoas com contas internacionais), por exemplo.
Especificamente sobre o assunto segurança, o Banco Central pontuou que realiza aperfeiçoamentos contínuos.
“O Pix foi construído com uma série de mecanismos robustos de segurança. Além de inovar na experiência do usuário, na velocidade e na disponibilidade, adicionou camadas exclusivas para proteção, como marcadores de fraude, base compartilhada de informações, bloqueio cautelar e mecanismo especial de devolução, além da possibilidade de definição de limites pelo próprio usuário”.
De acordo com a instituição, as transações suspeitas de fraude representam somente 0,007% do total. Para diminuir as possibilidades de crimes, o Pix conta com o Mecanismo Especial de Devolução (que pode devolver o dinheiro para quem foi vítima de golpe), Bloqueio Cautelar, Notificação de Infração e limite para transações à noite.
Todas as operações via Pix são rastreáveis, ou seja, é possível identificar quem pagou e quem recebeu. Para pessoas que acreditam que foram vítimas de golpe, o Banco Central orienta a realização de um boletim de ocorrência.
“Para verificar a possibilidade de ressarcimento, o cidadão deve entrar em contato com o seu banco ou o banco do suposto golpista. Cabe ao prestador de serviço de pagamento a análise do caso de fraude e o eventual ressarcimento, a exemplo do que ocorre hoje em fraudes bancárias. Se a situação não for resolvida, a orientação é procurar o Procon ou o Poder Judiciário do estado. O cidadão também pode registrar uma reclamação no Banco Central contra a instituição em que ele ou o golpista têm conta”.
*Matéria atualizada em 16/11/2022, às 16:20, com a nota do Banco Central.