Muita gente sabe dizer o que é inflação – ou seja, o aumento geral dos preços de bens e produtos dentro de uma economia. Mas um termo que tem aparecido cada vez mais no noticiário é deflação.
Você sabe do que se trata? Neste texto, explicamos o que o fenômeno da deflação reflete sobre a instabilidade da economia e quais são as consequências dele. Continue a leitura e confira!
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O que é a deflação?
DeflaçãoFonte: Shutterstock
O termo deflação designa um processo reverso à inflação. Refere-se, portanto, à descida generalizada dos preços dentro de uma economia, em um certo período de tempo – claro!
Ela ocorre em situações em que a economia desacelera ou entra em recessão. Por isso, ela não é exatamente uma boa notícia se ocorrer a longo prazo, pois pode sinalizar um risco para as finanças de um país.
A deflação também não deve também ser confundida com a desinflação – que é o processo de aumento desacelerado de preços de produtos e serviços em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Diferente da deflação, a desinflação pode ser positiva para a economia.
Afinal, o que gera a deflação e quais seus impactos?
Uma das causas centrais da deflação é a crise econômica. Na verdade, a deflação é só mais um dos sintomas de um grande problema econômico: ela indica que os consumidores estão comprando menos. Por consequência, isto sugere a redução de preço de serviços e/ou produtos.
Por mais que possa parecer algo positivo, a deflação, na verdade, está revelando uma recessão da economia que pode causar reveses a toda a população do país em um escopo mais amplo.
E então, a deflação é boa ou ruim para a economia?
Uma das causas da deflação é a crise econômica
Como dito anteriormente, à primeira vista, pode parecer que a queda geral dos preços pode ser algo positivo. Mas depende! Se ela for uma queda pontual, pode ser que sim.
No entanto, uma queda generalizada dos preços por preço indeterminado é ruim, pois está indicando que o poder de compra dos consumidores está caindo. Por isso, os comerciantes e prestadores de serviços estão cortando seus ganhos no intuito de aumentar a demanda.
Só que esse processo leva a um ciclo vicioso. Com a queda dos preços, muitas pessoas adiam suas intenções de consumo para esperar preços melhores no futuro, fazendo com que o comércio tenha que conter os valores dos seus itens.
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Se os comerciantes têm prejuízo, isso impacta na produção de bens, o que pode levar a consequências mais graves no futuro, como aumento das demissões e a quebra de empresas.
Em resumo, a deflação a longo prazo indica que a economia está estagnada. Portanto, ela tende a revelar que houve aumento do desemprego, queda do poder aquisitivo da população e depressão econômica.
Só para se ter uma ideia, a deflação foi uma das causas da Grande Depressão de 1929 – a maior crise financeira da história dos Estados Unidos. Ela é considerada o pior e mais longo período de recessão econômica no sistema capitalista no século XX, ocasionando problemas gravíssimos, não apenas para os Estados Unidos, mas para vários países.
O que é melhor: inflação ou deflação?
De uma forma bem simplificada, podemos dizer que a inflação é o oposto da deflação. A inflação vai indicar uma subida generalizada dos preços dos bens e serviços, sem que haja o aumento do poder de compra dos consumidores. Ela também faz com que o valor de uma moeda diminua: as pessoas não conseguem mais comprar o mesmo que compravam antes.
Já na deflação, vemos o oposto. O valor da moeda sobe, fazendo com que se possa comprar mais do que era possível antes da queda dos preços. Mas isto, a longo prazo, não é positivo, pois tende a acentuar a crise econômica do país.
O mais lógico seria imaginar que deflação seria mais positiva ao país do que a inflação. Mas isto é uma ilusão. O ideal, na verdade, é que a moeda de um país adquira estabilidade, sem grande variações nem para cima nem para baixo ao longo dos meses e anos.
Há como conter a deflação?
Para conter o problema da deflação, é necessário que se tome medidas de política econômica e monetária. São ações que são tomadas pelos governos e pelos bancos.
Dentre as estratégias, estão a de que o banco central reduza a taxa de juros, tornando o custo do dinheiro mais baixo e ampliando o acesso ao crédito. Os financiamentos mais baratos podem estimular as pessoas a comprarem mais, fazendo com que as empresas voltem a investir.
Os juros baixos costumam tornar menos atrativo guardar dinheiro, o que também estimula o consumo. Outra medida que costuma ser usada pelos países, dependendo da avaliação do governo, é o socorro a empresas com dificuldades e a compra de títulos públicos e privados para aumentar a oferta de dinheiro no mercado.
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