Nesta última segunda-feira (31), após o segundo turno das eleições em que Lula foi eleito, diversos caminhoneiros realizaram bloqueio em rodovias federais como protesto por conta da queda do atual presidente, Jair Messias Bolsonaro. No mesmo dia, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, requisitou o desbloqueio imediato das estradas.
Caso o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Marques, não realize a ordem de Moraes, ele será multado em R$ 100 mil a partir desta terça (1), além de ser afastado de suas funções e preso. Já os donos dos caminhões devem ser multados em R$ 100 mil por hora se não cumprirem a ordem.
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Muitos apoiadores de Bolsonaro participaram dos protestos a favor do atual presidente, argumentando que a votação do último domingo (30) foi fraudada. Por isso, Moraes solicitou o desbloqueio imediato das rodovias e diz que as paralisações “desvirtuam o direito constitucional de reunião”.
Os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Rosa Weber e Dias Toffoli apoiaram a decisão de Moraes.Fonte: Reprodução/Antônio Augusto/Secom/TSE
Na madrugada desta terça-feira (1), a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal se juntaram para definir o apoio a determinação do ministro Alexandre de Moraes. A ministra Rosa Weber foi a responsável por convocar a sessão extraordinária.
Rodovias começam a ser desbloqueadas
“O quadro fático revela com nitidez um cenário em que o abuso e desvirtuamento ilícito e criminoso no exercício do direito constitucional de reunião vem acarretando efeito desproporcional e intolerável sobre todo o restante da sociedade, que depende do pleno funcionamento das cadeias de distribuição de produtos e serviços para a manutenção dos aspectos mais essenciais e básicos da vida social”, disse o ministro.
Muitos caminhoneiros começaram a paralisação em diversos estados já no domingo, mas a decisão de Moraes afirma que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e os policiais militares de cada estado devem limpar as rodoviais e garantir o trafego dos veículos.
Ainda na noite de ontem (31), a PRF já começou a atuar para começar a desocupação das rodovias federais. Enquanto ainda existem locais bloqueados, o órgão de segurança garante que já começou a desbloquear algumas rodovias pelo Brasil. Nas redes sociais, vídeos já mostram o movimento para encerrar os bloqueios, que teriam afetado pelo menos 300 locais desde domingo.
Organizações de caminhoneiros desaprovam bloqueios
Em nota enviada à imprensa, a Confederação Nacional do Transporte (CNT), que representa empresas de transporte, repudiou o movimento de paralisação. Segundo a instituição, os bloqueios geram transtornos econômicos e outras dificuldades prejudiciais ao país.
"A entidade respeita o direito de manifestação de todo cidadão, entretanto defende que ele seja exercido sem prejudicar o direito de ir e vir das pessoas. Além de transtornos econômicos, paralisações geram dificuldades para locomoção de pessoas, inclusive enfermas, além de dificultar o acesso do transporte de produtos de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos e combustíveis", diz o comunicado.
O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), que é presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, também desaprovou os bloqueios realizados no Brasil. Segundo o parlamentar, o movimento "está sendo feito por criminosos que não representam a categoria"
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