Depois de tudo que já aconteceu nos últimos dois anos — e olha que foi bastante coisa — 2022 ainda reserva um encontro inédito: a Black Friday (já a maior data do varejo brasileiro) vai ocorrer em pleno período da Copa do Mundo de Futebol Masculino do Catar, uma alteração importantíssima de sazonalidade e que impacta decisivamente a estratégia das marcas.
E a primeira interação será logo de cara. O jogo de estreia do Brasil — contra a Sérvia — será em 24 de novembro, às 16h, véspera do dia da Black Friday. Alguém tem dúvida que o Brasil vai parar nesta tarde de quinta? O segundo jogo — contra a Suíça — será logo em seguida, na Cyber Monday, (28/11), às 13h, data que também costuma ter bastante movimento de vendas.
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Com isso, logo de saída, esperamos uma mudança do comportamento do consumidor adiantando ou atrasando suas compras para focar sua atenção na partida. Inicialmente, esperamos uma queda de audiência nas proximidades e ao longo da transmissão, mas entendemos que essa questão tende a ser compensada na maioria das compras no dia anterior ou seguinte.
Isso reforça um movimento que já vinha acontecendo, de ter um período mais longo de promoções (uma semana ou mesmo mês) para dar tempo ao consumidor fazer suas pesquisas e tomar sua decisão, além de reduzir a pressão na área logística.
É vantajoso ter Black Friday e Copa do Mundo simultaneamente?
O próprio “clima de copa” deve ajudar as movimentações da Black Friday.
As marcas patrocinadoras, ou mais diretamente ligadas a esse universo futebolístico, terão a oportunidade de desenhar mecânicas promocionais durante o jogo.
Por exemplo: se o Brasil fizer um gol, ganhe um desconto de até XX% até o fim da partida. Esse tipo de promoção tem grande potencial, ainda mais se considerarmos que grande parte do público assiste aos jogos pela TV com o celular ao lado.
Houve também uma mudança no ambiente macroeconômico. Enquanto em 2021 os principais desafios foram as disrupções na cadeia de suprimentos — especialmente de produtos da Ásia —, este ano o principal desafio dos varejistas é a inflação e o consequente bolso mais apertado do consumidor.
Nesse sentido, a chegada da primeira parcela do 13º salário tende a deixar o consumidor mais aberto. Mas ainda assim, a busca por descontos realmente atrativos deve ser grande. O próprio “clima de copa” deve ajudar. Aliás, esperamos que este evento tão importante na cultura brasileira seja um momento de maior união frente a polarizações em diversos campos.
O que podemos esperar de inovação na Black Friday 2022?
Teremos a Black Friday das live commerces.
Após experiências bem-sucedidas e o grande crescimento do TikTok, acho que teremos a Black Friday das live commerces, com muita interação em tempo real via redes sociais e uma maior integração com aplicativos de compras.
Imagina uma live do Casemiro reagindo às partidas da Copa com sorteios e promoções, tendo um QR code de distância da aquisição? Deve "dar um caldo"!
Os marketplaces asiáticos também devem vir com tudo este ano, inclusive com preços muito competitivos. Neste cenário, por outro lado, os players brasileiros terão a oportunidade de trabalhar melhor a experiência de compra, a entrega mais rápida e o suporte mais próximo ao consumidor. Será uma boa competição.
Do lado interno das marcas, vemos uma preparação intensa e com antecedência, incluindo a adoção de war rooms. Temos até o caso de um cliente que planeja levar toda sua equipe para um resort na semana da Black Friday, a fim de criar um ambiente mais agradável de concentração.
Em 2022, teremos praticamente uma “Black Friday Cup”, mas as estratégias de jogo já estão na mesa para muitos gols! E, desde já, que venha o Hexa, em campo e nos negócios!
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