Ontem (2), durante o processo de votação, um fato ocorrido em algumas seções eleitorais deixou eleitores e até mesmo equipes que trabalharam na eleição intrigados: por que algumas pessoas conseguiram ter suas impressões digitais verificadas no sensor de validação do TSE mesmo sem ter feito a biometria na Justiça Eleitoral?
O fato, ocorrido em vários locais do Brasil, foi uma alternativa para reduzir as longas filas verificadas em virtude de algumas circunstâncias. Não só o aumento da quantidade de eleitores em alguns locais de votação e a ausência de cola com o número de candidatos (por não poder levar o celular para a cabine), mas também pela própria demora na confirmação da biometria antes do voto.
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Para piorar a situação, levantamentos finais do TSE mostraram que, dos 156 milhões de eleitores do Brasil aptos a votar neste ano, apenas 77% do total fizeram o cadastramento biométrico, algo como 120 milhões de pessoas.
Como que a máquina conseguiu ler a digital dos não biometrizados?
Fonte: TSE/Divulgação.Fonte: TSE
Quando se fala em um número de eleitores superior a 20% que deixaram de fazer a biometria, é importante esclarecer que a biometria durante o voto ainda não se tornou obrigatória no Brasil. A exigência do cadastramento e a possibilidade de validação dos dados que deveriam ser implantados nas Eleições 2020 acabaram sendo adiados devido à pandemia da covid-19.
Para aumentar sua base, a Justiça Eleitoral lançou mão de uma iniciativa, lançada em 2017: o Bioex (Projeto de Importação de Biometria de Órgão Externos). Com isso, a responsável pela organização do processo eleitoral firmou convênio para usar digitais colhidas e armazenadas em bancos de outros órgãos públicos, como o Denatran e o Detran.
"Seis entidades públicas compartilham dados com a Justiça Eleitoral. Pelas parcerias, as digitais de mais 9,8 milhões de pessoas poderão ser validadas durante as Eleições 2022", diz um comunicado recente do TSE.
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