A Microsoft divulgou neste mês um estudo sobre o trabalho híbrido, uma modalidade que tenta acomodar o home office imposto pela pandemia com o retorno presencial irrestrito, como querem algumas empresas. No centro das discussões, uma questão permanece em aberto: a produtividade.
A falta de alinhamento sobre o conceito real de produtividade — uma questão levantada pelo próprio CEO da empresa de Redmond — vem criando uma crescente desconexão entre colaboradores e líderes, diz o estudo.
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Dentro da iniciativa “Work Trend Index Pulse”, o relatório chamado de “Trabalho híbrido é só trabalho“ foi baseado em uma pesquisa realizada com 20 mil empregados da Microsoft em onze países, inclusive Brasil, entre julho e agosto de 2022. O resultado é ambíguo: enquanto 87% desses colaboradores se consideram produtivos no trabalho híbrido, 85% dos líderes dizem não confiar nessa produtividade.
Fonte: Vanessa Branchi/Microsoft/Reprodução.Fonte: Vanessa Branchi/Microsoft
O que dizem os especialistas em produtividade?
A especialista brasileira em produtividade e alta performance, Tathiane Deândhela, começa a avaliação do trabalho híbrido, citando outra afirmação do CEO Satya Nadella: a de que colaboradores satisfeitos são a chave para organizações mais competitivas no cenário econômico atual. “Ou seja, o recado claro é que cobrar produtividade, quando não há um alinhamento junto aos colaboradores sobre o tema, é inútil“, destaca a goiana.
Para ela, antes da pandemia estávamos acostumados a avaliar a produtividade apenas ouvindo os colaboradores digitarem seus computadores por horas. Porém, quando a covid-19 mandou todo mundo para o trabalho remoto — e agora para o híbrido, que é um meio termo — as empresas tiveram medo de não conseguir medir a produtividade.
Daí a adoção de algumas ferramentas, como o monitoramento digital, que resultou em exaustão e distúrbios emocionais. "A principal conclusão da pesquisa diante disso é: escute sua equipe. Pode parecer óbvio, mas o estudo revelou que 57% das empresas raramente ou nunca escutam seus colaboradores “, conclui Deândhela.