Ao longo de algumas jornadas, por meio de várias experiências vividas, sempre me propus a estar fora do meu ambiente de conforto. Isso me ofereceu uma visão externa do que estava fazendo. Movimentei-me para também viver outras experiências e fazer uma imersão em outras culturas, outros mercados e outros países.
Assim, vivi uma experiência globetrotter, que me permitiu ampliar o conhecimento e a visão acerca de um futuro que já chegou. Em 2016 fiz uma das primeiras imersões internacionais, dedicada a nichos que não fossem do segmento, fiquei dez dias no Vale do Silício, e tive a oportunidade de conhecer suas principais empresas — como Tesla, Google e LinkedIn.
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O grande insight que tive lá foi sobre a mudança de mindset, isto é, o quanto as pessoas estão dispostas a novos projetos e à cooperação no trabalho. E, principalmente, a valorização da equipe. A horizontalização vem desse momento. E a partir dessa vivência, em 2018, consegui levar um grupo de profissionais para fazer a mesma imersão.
Qual foi a importância desse intercâmbio cultural na vida profissional?
Essas viagens nos ajudam a ter um panorama de como outros países buscam a inovação e, por meio da experiência e conhecimento já aplicados por lá, conseguimos dar início a uma nova jornada tecnológica.
Israel, por exemplo — um país que tinha sua economia voltada para a agricultura —, desenvolveu um plano de incentivo para que as pessoas pudessem empreender em novas áreas, que tinham pouco interesse. E foi assim que nasceu o movimento de startups e inovação no país.
Profissionais em experiência global, discutindo ideias e desafios de uma empresa GettyImages Fonte: GettyImages
Durante a minha experiência em Israel aprendi que o país tem uma nação muito resiliente. Uma das coisas que mais me surpreendeu é que entendem sobre a importância do erro. Percebem que a persistência é diferente da resiliência.
Na persistência, você repete 100 vezes a mesma coisa; na resiliência, 100 vezes de forma diferente, e toda vez aprende um pouco.
Os israelenses compreendem o quanto a resiliência e a importância do erro gerou uma relação com a objetividade. Eles são objetivos e horizontais. Lá, também aprendi muito sobre o termo glocal — global + local.
Mesmo em um país minúsculo, é possível ser assertivo ter um pensamento global, no qual eles têm que vender tecnologia para fora, porque o mercado interno é pequeno, mas, ao mesmo tempo, precisam testar o produto localmente. Esse é o conceito glocal!
Em uma viagem para a China, em 2018, tive acesso aos movimentos de blockchain — conhecido como “protocolo da confiança” —, de tecnologia financeira, e de fintechs, que hoje já estão muito mais populares. Para os chineses, o conhecimento dos dados é o que os leva aos próximos passos.
Eles não fazem nada sem análise. Têm indicadores para tudo, para ter o máximo de previsibilidade. Com isso, buscam o resultado e a alta performance. Eles utilizam ferramentas, métricas e resultados em escala. Para alcançar alta performance, é preciso ter autoperformance.
Qual é o resultado dessas experiências vividas em globetrotter?
Quando juntamos a parte emocional e criativa do Vale do Silício, com a sua mudança de mindset, à resiliência dos israelenses e à profundidade da informação dos chineses, tudo isso se transforma em alta performance.
Uma analogia: para ser alguém diferenciado, é necessário conhecer ao máximo até onde se pode ir e quais são os principais pilares que as pessoas esperam da sua atuação. Essa é a minha teoria e a metodologia que aplico no meu cotidiano.
Acredito na transformação. Com esses três pontos, é possível entender o mundo VUCA — em português, VICA: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade —, que vivemos agora. Para encarar tudo isso, é preciso ter a cabeça aberta, ser resiliente e buscar dados.
O pensador norte-americano Alvin Toffler diz que “o analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”. Genial, certo?
E então, o que achou do conteúdo? Espero que possa ter servido de inspiração para se preparar para o futuro e ser um profissional experiente. E isso não significa só na parte técnica, as famosas softs skills são essenciais para essa construção de carreira.
*Thiago Sodré, CEO do Club&Casa Design
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