A paralisação temporária dos saques em reais promovida pela Binance durante vários dias teria sido motivada pela suspeita de lavagem de dinheiro nas operações da corretora de criptomoedas, de acordo com matéria da Folha de S.Paulo dessa terça-feira (12). Diante do risco, o Banco Central (BC) notificou o Acesso, que na época era parceiro da companhia no Brasil.
Segundo o jornal, a autoridade monetária pediu ao banco Acesso que fornecesse dados dos clientes da exchange para investigar um possível uso das moedas digitais em atos ilícitos. A empresa viabilizava saques e depósitos em reais, atuando em conjunto com o Capitual, que mediava as negociações e era o provedor de pagamentos.
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A publicação afirma que o Acesso repassou a exigência do BC ao Capitual e este solicitou os dados à Binance. A corretora, por sua vez, teria se negado a fornecer as informações dos usuários da plataforma, descumprindo a determinação do órgão e optando por procurar novas parcerias, retomando os saques e depósitos em reais, posteriormente.
A Binance é a principal corretora de criptomoedas no mercado brasileiro, atualmente.Fonte: Unsplash
O Capitual deixou de fornecer serviços para a corretora no mês passado, juntamente com o Acesso, sendo trocado pela Latam Gateway, nova processadora de pagamentos da Binance. O rompimento com o banco digital incluiu uma ação judicial da companhia, cuja liminar determinou o bloqueio de R$ 450 milhões nas contas do antigo parceiro.
Corretora se pronuncia
Em nota enviada ao TecMundo, a Binance negou que seja cliente do Acesso, além de informar não ter recebido qualquer solicitação do BC para a individualização de contas. A exchange também ressaltou que possui tecnologia e processos rigorosos para garantir a segurança das transações com criptomoedas.
“A empresa tem uma equipe de investigação de renome mundial, com ex-agentes internacionais, que trabalha em constante coordenação com as autoridades locais no combate a crimes cibernéticos e financeiros, inclusive no rastreamento preventivo de contas suspeitas e atividades fraudulentas”, afirmou a corretora.
Já em relação ao Capitual, o contrato foi encerrado por ações do parceiro que “conflitam com seus valores”, conforme o comunicado. A companhia disse ainda que mantém diálogo constante com as autoridades de vários países, inclusive do Brasil, estando comprometida com a regulação do setor.
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