A Uber supostamente pagou o somatório de US$ 100 mil para pesquisadores acadêmicos prepararem um artigo que pudesse resultar em uma cobertura favorável da mídia para a empresa em 2015. O montante teria sido negociado com Augustin Landier, economista francês que foi ajudado pelo seu colega David Thesmar no trabalho.
A pesquisa pintava de maneira positiva o impacto econômico do modelo de negócios da Uber na França. O texto chamou a atenção do jornal Financial Times, e resultou em um artigo na publicação chamado "Uber: uma rota para fora das banlieues francesas" (em tradução livre).
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O artigo incluía declarações de funcionários e usuários do serviço da Uber elogiando muito a empresa. Segundo o The Guardian, o texto circulou internamente na Uber, com executivos elogiando e aplaudindo o time responsável pelo processo que resultou nele.
Imagem criada pelo jornal mostra Augustin Landier (à esq.) e David Thesmar.Fonte: The Guardian
O Financial Times se defendeu, dizendo que seu artigo também trazia um contraponto ao modelo da Uber, inclusive com o depoimento de motoristas dizendo que estavam trabalhando bem mais e ganhando menos que nos seus empregos anteriores.
As informações vêm do The Guardian, que teve acesso a documentos e aos depoimentos de um ex-funcionário da empresa sendo considerado um "whistleblower". Nessa semana ele se identificou como Mark MacGann, um lobista de carreira da Uber.
Os professores Landier e Thesmar se declararam a respeito dos US$ 100 mil recebidos da Uber para o The Guardian, dizendo que o investimento foi "declarado e transparente", e se recusaram a falar mais sobre o assunto.
Fontes