Este ano fui convidada a integrar a Comitiva Brasileira para o Google Marketing Live, principal evento de lançamentos para profissionais de marketing e comunicação da Google, que retomou a programação presencial após 2 anos de pandemia de covid-19.
Na agenda — que pode ser conferida online —, temos palestras e conteúdos técnicos digitais e inspiracionais com três focos principais: reinventar novas possibilidades, direcionar recursos para estratégias e mídias com maior retorno e, claro, a construção de resiliência.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
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Dois outros pontos saltaram aos olhos. Primeiro, o cenário de digitalização forçada, mesmo com a retomada gradual das atividades presenciais. Agora, temos um consumidor superaberto a interações e transações online — como mostra o histórico recente do e-commerce no Brasil, por exemplo.
Segundo, tamanha disrupção criou um cenário bastante instável em termos de comportamento do consumidor e, principalmente, sazonalidade dos mercados, o que impacta profundamente a maneira de fazer negócios.
A tecnologia — e as plataformas — apresentam, então, novas ferramentas e recursos para atingir com mais assertividade esse consumidor digital, sendo a automação a grande “vedete”.
De fato, o potencial desses recursos é gigantesco, especialmente quando consideramos a capacidade operacional em grande escala. Esse cenário apresenta ainda dois fatores importantes: o fim dos cookies e a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) aqui no Brasil.
Mercado Digital e Dados.
Portanto, é preciso atingir os consumidores corretos sem o uso de cookies e respeitando a nova legislação, cujos critérios de privacidade e consentimento são mais rígidos. As plataformas atendem estes requisitos e entregam resultados, mas precisamos ainda evoluir no sentido de ter acesso a mais detalhes de como isso é feito, principalmente como esses consumidores são identificados, qual é a mecânica para entrega da mídia e como podemos ter um maior gerenciamento sobre isso, tendo assim uma maior segurança na área de brand safety.
Qual é o próximo passo para o desenvolvimento dos negócios digitais?
Atualmente, o que temos em boa parte das vezes é uma automação tão completa que colocamos apenas o objetivo, o orçamento disponível e a campanha que segue seu curso com pouco ou nenhuma interação humana.
Em que pese a necessidade de preservar informações estratégicas das plataformas, creio que o ecossistema de comunicação e negócios digitais poderia se fortalecer e se desenvolver ainda mais com um maior compartilhamento de informações, impulsionando até investimentos.
Outro dilema que provocou reflexões no Google Marketing Live foi, se caminhamos para uma comunicação cada vez mais personalizada e dirigida, como criar temas comuns e movimentos positivos na sociedade? De fato, trata-se de um desafio em um mundo hiperdigital que vamos ter que nos debruçar.
A adoção de cada vez mais tecnologia e automação nas estratégias das marcas é um caminho sem volta, mas isso ocorre com a demanda de maior transparência e compartilhamento de dados na mesa. Que o mercado possa conversar e criar caminhos neste sentido.