Confiança digital: diferencial de negócios em um mundo digital

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No Brasil, nos últimos dois anos, a pandemia de covid-19 levou as organizações a entregar produtos e serviços digitais. Por exemplo, um pequeno estabelecimento de moda que costumava ter um local para vender suas roupas, agora tem uma loja online em que seus clientes podem comprar seus produtos favoritos sem sair de casa, e usa redes sociais, como o Instagram, como ferramenta de marketing para alcançar um público maior, mesmo em outras cidades.

Essa tendência faz que as empresas não estejam mais limitadas a um local físico, mas onde quer que seus usuários e dados estejam.

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Esse fenômeno é conhecido como "Empresa Digital", em que as tecnologias da informação são usadas para criar novos modelos de negócios, novas experiências de clientes e novos processos internos que suportam as operações por meio de um processo de transformação digital, gerando novas linhas de ingresso de dinheiro a partir dos serviços e produtos digitais desenvolvidos — a grande maioria dos quais são construídos com base na informação do cliente.

Esses produtos e serviços digitais demandam novos diferenciais de negócios além de preço, qualidade ou exclusividade, que estabelecem relações de confiança baseadas na disponibilidade, confidencialidade e ética com que é tratada a informação do usuário e sua identidade digital, gerando uma nova vantagem competitiva.

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O principal diferencial de negócios no mundo digital é a confiança digital. Segundo o IDC, a confiança digital é a condição para a tomada de decisão entre duas ou mais partes, o que reflete o nível de confiança (risco e reputação) entre elas, minimizando riscos, implementando estratégias de operações de cibersegurança e compliance, enquanto a privacidade da empresa, colaboradores, fornecedores, parceiros de negócio e clientes está protegido, conduzindo à ética e à responsabilidade social. Em outras palavras, a confiança digital é um valor diferencial da organização construída diretamente na cibersegurança.

Um exemplo claro de produto digital construído diretamente com cibersegurança são os aplicativos de mobile banking. Esses produtos têm capacidades nativas de cibersegurança, como autenticação offline, proteção MITM e motores de risco, entre outros, entregando confiança digital para os usuários finais.

Falhas na cibersegurança do produto digital ou das operações de cibersegurança da organização e seus planos de resposta a incidentes podem afetar seriamente a reputação da empresa, rompendo os laços de confiança digital com seus clientes finais. Podemos ver um exemplo dessa situação no Brasil na exfiltração de informação que aconteceu recentemente no Mercado Livre.

Para desenvolver a confiança digital, as organizações devem implementar um gerenciamento de risco correto baseado em planos de resposta a incidentes, otimizar os recursos de operações de cibersegurança e criar uma infraestrutura de tecnologia da informação resiliente e de melhoria contínua. Nesse sentido, podemos destacar dois pilares fundamentais de confiança digital: compliance e gestão de riscos.

Em primeiro lugar, o compliance tem um papel muito importante na implementação de controles orientados a normas e regulamentações, como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e a NC-14. Esses controles devem ser assumidos a partir de uma abordagem estratégica, não como uma obrigação que gera um custo operacional para a organização, mas como uma oportunidade de cuidar e proteger as informações de usuários e clientes e, assim, desenvolver e entregar melhores produtos e serviços.

Finalmente, a gestão de riscos materializada nos planos de resposta a incidentes deve ser construída em recursos sofisticados de operações de cibersegurança, especialmente nas capacidades de detecção e resposta a ameaças Threat Detection and Response (TDR), entre as quais estão inteligência, análise, caça e resposta a ameaças, tecnologias como XDR, e serviços de resposta a ameaças gerenciado MDR. Essas capacidades são a fundação para a construção de relações de confiança baseadas na disponibilidade, confidencialidade e ética, gerando uma vantagem competitiva para produtos e serviços em um mundo digital.

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Este artigo foi produzido em parceria com Juan Alejandro Aguirre, gerente sênior de engenharia de vendas da Sophos América Latina

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