Desde sua última tentativa de recuperação, em março deste ano, o Bitcoin encara uma persistente tendência de baixa no curto prazo, iniciando o que muitos especialistas consideram o "inverno cripto". Por se tratar de um ativo extremamente volátil quando comparado a investimentos tradicionais, a principal criptomoeda consegue entregar margens superiores de lucro quando em valorização — no entanto, o efeito é proporcionalmente oposto nos "dias vermelhos".
Considerando esse contexto, que pode conceber perdas e ganhos expressivos em um curto período, o TecMundo elaborou um guia para simular estratégias de investimento em Bitcoin nos últimos meses e seu respectivo desempenho frente às últimas quedas. Confira:
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Quanto eu perderia se tivesse investido R$ 100 em Bitcoin?
Como a resposta depende diretamente do momento da compra, o guia irá considerar o preço do Bitcoin no fechamento do período de negociação diário — que ocorre às 21 horas no Horário de Brasília, no Brasil — do primeiro dia de janeiro. Na ocasião, um único Bitcoin equivalia a US$ 47.722,65, logo R$ 100 são equivalentes a 0,00037510 BTC ou 37.510 satoshis.
Caso o investidor em questão não tenha feito outras compras, seu portfólio estaria em um prejuízo de 60,05%, o deixando apenas com R$ 39,95. O valor também seria proporcional em investimentos maiores: quem apostasse R$ 1.000 em Bitcoin no começo do ano, estaria agora com R$ 395. Já uma pessoa que hipoteticamente colocou R$ 100 mil na moeda digital, atualmente teria R$ 39,9 mil em sua carteira de criptomoedas.
Assustadora para a maioria dos interessados, a desvalorização do ativo faz parte dos movimentos de negociação, que possuem correlação direta com determinados ativos tradicionais, como é o caso da bolsa Nasdaq e S&P 500. No entanto, ainda é possível realizar lucro mesmo em períodos turbulentos de queda.
É possível ganhar dinheiro com o Bitcoin em queda?
Estratégia do Custo Médio
Voltada para os investidores que acreditam no potencial do Bitcoin e não se preocupam com os lucros no curto prazo, a Estratégia do Custo Médio ("Dollar-Cost Averaging" ou "DCA", na sigla em inglês) busca mitigar a volatilidade no preço do ativo com novas compras parceladas periodicamente.
Para adotá-la, basta selecionar um intervalo de tempo, seja semanal ou mensal, e realizar novas compras regularmente em dias fixos — como no primeiro dia de todo mês. Como os valores de cada aporte serão variados, positiva ou negativamente, o custo médio do investimento tenderá a ser mais baixo e pode oferecer maior tranquilidade para o longo prazo.
Para ilustrar o exemplo, o TecMundo simulou a estratégia da seguinte forma: desde o mês de janeiro, seriam realizadas compras singulares de R$ 25, nas quartas-feiras — sempre no horário de fechamento. Seguindo esses parâmetros, foram acumulados R$ 611,78, equivalentes a 0,00321206 BTC com preço médio de US$ 18.487,00. O desempenho do investimento nesse formato foi de -42,96% que, embora no prejuízo, ainda oferece muito mais segurança do que os anteriores -60,05%.
Confira os aportes, convertidos para o dólar conforme a cotação no seu respectivo dia:
Rendimentos da Estratégia de Custo Médio no Bitcoin, durante os últimos 6 meses. (Fonte: Adriano Camacho, HoldBTC100)Fonte: Adriano Camacho, HoldBTC100
No entanto, vale ressaltar que a estratégia é mais lucrativa em ativos com tendência geral de alta e não protegerá investidores contra quedas em ativos sem precedentes de valor — como as criptomoedas alternativas e empresas com pouco tempo de mercado, como a Nubank. Acreditando no Bitcoin, por exemplo, a MicroStrategy acumula 129.218 BTC com o preço médio de US$ 30.700, o maior portfólio de uma empresa pública.
Operar vendido
Assim como no mercado tradicional, os investidores mais aventureiros podem buscar novas margens de lucro através de operações de vendas a descoberto — assumindo mais riscos, naturalmente. Nessa modalidade, espera-se que os preços caiam para que os ganhos sejam ainda maiores.
"A Grande Aposta" reconta a história real de investidores que operaram vendidos contra o mercado imobiliário, em 2008. (Fonte: Paramount Pictures / Reprodução)Fonte: Paramount Pictures
Em suma, o processo ocorre em duas etapas, através de uma corretora: inicialmente, o operador realiza o empréstimo de um ativo a um determinado preço, utilizando como garantia seu saldo pessoal. Adiante, ele é vendido para ser recomprado a um preço menor e a diferença de valores da operação é convertida em lucro para o operador — que paga uma "taxa de aluguel" à empresa intermediária. Caso o preço eventualmente supere o da venda inicial, a diferença é coberta pelo "saldo-garantia", conhecido como "margem".
É importante reforçar que o método é mais complexo e pode não ser indicado para os investidores iniciantes.
Operar para o médio prazo
Alternativamente, também é possível realizar operações em intervalos de curto a médio prazo, utilizando abordagens de análises técnicas e fundamentalistas para determinar os momentos mais oportunos de compra e venda. Assim como na modalidade anterior, essa também exige maior comprometimento e pode não se adequar para os investidores mais casuais.
Fontes