A Apple está respondendo a um processo coletivo no Reino Unido no valor de 750 milhões de libras (cerca de R$ 4,6 bilhões na cotação atual) por causa de uma atualização de software que diminui a performance de smartphones mais antigos. Dentre os aparelhos afetados estão o iPhone 6, 6 Plus, 6s, 6s Plus, SE, 7, 7 Plus, 8, 8 Plus e os modelos de iPhone X.
A empresa lançou o update em 2017, sendo que ele afeta o gerenciamento de bateria dos aparelhos. O recurso tem a função de impedir os celulares de desligarem sem aviso prévio, mas acaba diminuindo a velocidade de processamento.
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A ação foi aberta por Justin Gutmann, que é um ativista dos direitos do consumidor, e pode beneficiar 25 milhões de clientes que teriam sido prejudicados pelo sistema. Uma das principais reclamações do processo coletivo é que a Apple não deu aos usuários a opção de desabilitar o sistema e nem avisou para os clientes antecipadamente que os aparelhos estavam sendo limitados intencionalmente.
“Em vez de fazer a coisa honrosa por seus clientes e oferecer uma substituição gratuita [da bateria], serviço de reparo ou compensação, a Apple enganou as pessoas ao ocultar uma ferramenta nas atualizações de software que retardaram seus dispositivos em até 58%”, afirmou o ativista.
Ele disse que decidiu tocar o processo para reparar os danos sofridos pelos milhões de clientes da marca no Reino Unido. Além disso, Gutmann argumentou que se o caso for bem-sucedido na Justiça, ele pode servir para que companhias gigantes reavaliem seus modelos de negócio.
Esse é mais uma das dezenas de casos em que a Apple responde a um processo no mundo. Recentemente, a União Europeia decidiu que a marca terá que se adaptar e utilizar o padrão de USB-C no continente a partir de 2024.
Outro lado
A Apple chegou a admitir que estava piorando a performance dos aparelhos. A marca justificou a decisão dizendo que deixou mais lentos os aparelhos com baterias mais antigas para que eles não desligassem automaticamente.
De acordo com a gigante da tecnologia, quando um iPhone está em mau estado, ele pode acabar não fornecendo a corrente máxima exigida pelo processador. Por causa disso, a atualização fez com que os celulares continuassem ligados e funcionando, mas em um ritmo mais lento.
“Nós não fizemos — e nunca faríamos — nada para encurtar intencionalmente a vida útil de qualquer produto da Apple ou para degradar a experiência do usuário para impulsionar as atualizações”, disse a companhia em comunicado nesta quinta-feira (16).
“Nosso objetivo sempre foi criar produtos que nossos clientes adoram e fazer com que os iPhones durem o máximo possível é uma parte importante disso”, acrescentou a marca.
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