Depois de El Salvador, a República Centro-Africana virou o segundo país do mundo a adotar oficialmente o bitcoin como uma moeda oficial. Segundo a Reuters, a legislação foi aprovada pelo parlamento local e conta com o apoio do presidente do país, Faustin-Archange Touadera.
Com a movimentação, agora é possível realizar transações livremente a partir da criptomoeda na região, que passa a ser incentivada pelo governo para compra e venda de produtos ou serviços. A outra moeda do país é o franco CFA, também utilizada em nações vizinhas.
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A adoção do bitcoin por El Salvador foi registrada em junho de 2021 e, meses depois, a região já tinha US$ 500 milhões em títulos da criptomoeda. Por outro lado, golpes financeiros e roubo de identidade para comercialização de ativos digitais também foram registrados.
Faz sentido?
A movimentação da República Centro-Africana é vista com desconfiança pelo mercado financeiro. Por um lado, ela mostra a vontade do país de se modernizar e incentivar transações por meios digitais, além de deixar para trás o passado colonial — o franco CFA é uma herança do período de dominação da França em parte do continente.
Por outro, o incentivo para o uso de criptomoedas faz pouco sentido em um dos países mais pobres do mundo e que, em 2021, tinha apenas 11% da população com acesso à internet e 30% com conexões móveis. Dois antigos primeiros-ministros locais já expressaram em cartas a preocupação sobre a legalização.
Ligação entre a República Centro-Africana é a Rússia é possível motivo para uso de bitcoin.Fonte: Mikhail Metzel / Kremlin Pool
O ato é também visto por analistas como político: o bitcoin pode ajudar a aproximar a República Centro-Africana de uma aliada em potencial, a Rússia, e afastá-la da própria França. Como aponta a BBC, as principais riquezas da região incluem urânio e extração de pedras preciosas, incluindo diamantes. Por enquanto, o principal banco do país ainda não detalhou como será a oficialização da criptomoeda.