Há algumas semanas, uma reportagem investigativa revelou que o iFood contratou agências de publicidade para fazer campanha contra as greves de entregadores entre 2020 e 2021. Na segunda-feira (18), o Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo abriu uma investigação preliminar para avaliar as denúncias realizadas contra o aplicativo de delivery.
O procurador Yuri Corrêa Luz determinou que os representantes do iFood e das agências de publicidade QI Marketing e Benjamin Comunicação apresentem, em até 15 dias, suas versões sobre o contexto explicado na reportagem da Agência Pública de Jornalismo Investigativo — também devem apresentar o contrato firmado entre as empresas.
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De acordo com o Grupo de Trabalho de Direito Humanos e Empresas da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão em São Paulo, que ajudou a abrir o processo, o iFood e as outras companhias atuaram de forma que violam os direitos humanos de trabalhadores. Sem contar na violação de “direitos à informação, à verdade, à liberdade de associação, de reunião e de manifestação, e à liberdade de gozar de condições justas de trabalho".
O procurador acredita que a campanha criada pelo iFood afetou direitos trabalhistas e a compreensão do público geral sobre a situaçãoFonte: iFood
Desmoralizando trabalhadores
Na reportagem da Agência Pública são apresentados documentos e vídeos que apresentam a infiltração do iFood e das empresas contratadas em movimentos sociais dos entregadores de aplicativos — em páginas de Facebook e até em manifestações na rua. Assim, o iFood estaria focado em desmoralizar as reivindicações dos entregadores e, como resultado, podem ter afetado os direitos trabalhistas dos entregadores.
Segundo o procurador, "esse conjunto de estratégias pode, assim, ter tido impacto também sobre a percepção de todos os usuários desta plataforma a respeito dos temas debatidos pelos entregadores, e em especial daqueles usuários que consomem os serviços prestados pelo iFood".
Fontes