O conselho administrativo do Twitter utilizou uma conhecida ação do mercado de ações para impedir a aquisição completa da empresa formalizada na última semana pela atual pessoa mais rica do mundo, o empresário Elon Musk.
Ainda na última sexta-feira (15), os membros aprovaram com unanimidade uma mudança temporária nas regras que reduz as chances de que uma só pessoa consiga, de forma imediata ou gradual, o controle de toda uma empresa com ações negociadas em uma bolsa de valores.
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Na nova política do Twitter, se algum investidor comprar ao menos 15% das ações sem a aprovação prévia do conselho, outros acionistas podem comprar uma porcentagem maior a um preço mais baixo que o convencional.
Essa movimentação não necessariamente impede a compra, mas pode reduzir a vontade de outros empresários de negociarem a sua parte. Essa situação especial é válida ao menos até 14 de abril de 2023.
A pílula de veneno
O novo plano do Twitter já é bastante tradicional no mundo financeiro: trata-se de uma "poison pill", ou pílula de veneno na tradução livre para o português.
O nome deriva da técnica de espiões de carregarem pílulas com veneno para o caso de serem capturados, para impedir que eles fossem presos e interrogados. Neste caso, a metáfora envolve uma empresa que passa a confiar em investidores para que eles não sejam atraídos por uma oferta forçada de aquisição completa.
A oferta de Musk é de US$ 43 bilhões por todo o controle acionário do Twitter. Antes disso, ele adquiriu 9,2% da companhia e foi convidado para integrar o conselho, mas desistiu — possivelmente para poder ampliar a sua porcentagem na rede social.
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