Vamos galera, mulheres! As conquistas das mulheres dentro e fora de tech

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O mês de março representa uma trajetória longa sobre conquistas e lutas das mulheres, visto que há 47 anos, foi oficializado pela ONU em 08 de março de 1975 o Dia Internacional da Mulher. Também alinhada a essa luta, desde 2016, no dia 11 de fevereiro, comemora-se o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.

É imprescindível ressaltar que marcos importantes de dor e coragem de impor ideias de justiça e igualdade ocorreram antes disso e colaboraram para essas conquistas. Sim, ainda há uma longa estrada pela frente, mas é importante reconhecer o quanto já se percorreu para que a mulher tenha seu espaço na tecnologia, na política ou onde ela quiser.

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Nas ruas de Nova York, em 26 de fevereiro de 1909, 15 mil mulheres realizaram uma manifestação nas ruas em busca de melhores condições de trabalho. No ano seguinte - 1910, Clara Zetkin, professora e jornalista alemã, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas propôs que uma vez por ano as mulheres se reunissem para provocar reflexões acerca dos avanços e iniciativas em relação ao nosso gênero, como direito de voto.

Em 1911, aconteceu o triste incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist Company em que 146 pessoas morreram, sendo 125 mulheres. Reforçando neste fato como as mulheres já estavam completamente inseridas no ambiente de trabalho, mas com recursos e acessos ainda mais escassos. Somado a esse fato, em 1914, com a ida dos homens para lutar na guerra, mais mulheres assumiram postos de trabalho e mesmo assumindo a mesma função, tiveram seu reconhecimento salarial inferior à figura masculina, além de todas as outras mazelas já existentes. Logo, em 1917, cerca de 90 mil mulheres russas ocuparam as ruas a fim de protestar pedindo o retorno de seus maridos e à alimentação de seus filhos, que teve como grito “paz e pão”.

Mulheres na tecnologiaFonte: Shutterstock

Nesse percurso de buscas por direitos, no campo político, em 1932 às mulheres foi dado o direito ao voto. Como esperado, através da ativa atuação de uma pioneira - zoóloga Bertha Lutz, que junto da advogada Natércia da Cunha Silveira foram nomeadas para integrar a comissão e elaborar o anteprojeto da Nova Constituição. Já na área da tecnologia, vale evidenciar que desde o século XIX mulheres como Grace Hopper e Ada Lovelace vêm desenvolvendo algoritmos e linguagens de programação que tornam a era digital possível.

Ou seja, estas mulheres incríveis influenciaram diretamente a transformação digital que vivemos hoje. 

A representatividade de mulheres, seja na tecnologia ou em algum outro setor majoritariamente masculino, esbarra numa série de questões que vão além da reparação histórica e da equidade de gênero. A desigualdade de gênero persiste, afinal mesmo sendo uma luta tão antiga, nos dias de hoje ainda existe no mercado tratamento diferenciado para homens e mulheres, o que perdura uma cultura patriarcal que questiona e desmerece a mão de obra das mulheres.

Nesse sentido, na Intel a equidade salarial entre homens e mulheres é um dos marcos mais importantes do programa global de inclusão da empresa, sendo, ainda um passo perene e contínuo, também uma jornada pela criação de um ambiente de trabalho mais inclusivo, onde todos os funcionários se sintam apoiados e capacitados para criar seu futuro.

As mulheres estão resistindo e se fazem presentes nas mais diversas áreas, mas diversidade e criação de um ambiente inclusivo precisam andar de mãos dadas. Globalmente, as mulheres ainda são apenas 17% do grupo de estudantes nas áreas do STEM – sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, no Brasil esse número é 35%. E desses 35% apenas 20% chegam efetivamente ao mercado de trabalho em TI. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, só 20% dos profissionais que atuam no mercado de TI são mulheres. Em cargos de liderança apenas 14% dos CEOs das grandes empresas são mulheres e 7% das chefes de estado no mundo. Tais dados configuram parte do empecilho que temos hoje.

Na Intel, temos um comitê interno chamado WIN (Women at Intel Network), cujo objetivo é criar e promover um forte ambiente inclusivo capaz de estimular mais mulheres na tecnologia. É uma honra ser a líder do WIN na América Latina e ver o quanto esse comitê ajuda a evoluirmos como empresa e como sociedade. É através desse grupo em conjunto com parceiros de negócio, por exemplo, que trabalhamos para vermos e prepararmos cada vez mais mulheres em posições de liderança e também percebendo que profissões como engenharias, matemáticas, ciências e computação também são espaços femininos sim.

Todas as empresas precisam de comitês internos voltados para Diversidade e Inclusão para que todos os funcionários se sintam parte da empresa, não é uma questão de números, não adianta contratar alguém sem que a empresa possua uma cultura que garanta a inclusão, e para isso, precisamos do apoio dos homens também.

Além de ser uma questão de justiça, essas lutas não são apenas para favorecer mulheres e sim para se ter progresso social. Pois, se o público feminino fosse mais presente na economia global, possivelmente o PIB gerado aumentaria em US$ 28 trilhões de 2017 até 2025 – o equivalente às economias norte-americana e chinesa juntas, de acordo com o estudo da consultoria global McKinsey sobre Mulheres no Local de Trabalho.

Esses números e essas datas mostram o quanto conquistamos até aqui, o quanto ainda temos a evoluir e a importância de seguirmos em busca da total equidade. Vamos galera, mulheres – e homens! Todos podem, e devem, ajudar.

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Roberta Knijnik é a Gerente de Vendas e Marketing da Intel Brasil e líder da América Latina do Women at Intel Network (WIN), programa de empoderamento feminino e equidade de gênero da Intel.

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