Sofrendo com as sanções impostas em decorrência da guerra na Ucrânia, a Rússia está disposta a aceitar bitcoin como forma de pagamento para exportações de recursos naturais. A possibilidade foi anunciada pelo presidente do comitê de energia do Congresso russo Pavel Zavalny na quinta-feira (24).
De acordo com ele, o país considera explorar formas alternativas de pagamento para suas exportações, a começar pelo gás natural. No entanto, o tipo de moeda aceito nas negociações vai depender de como se dá a relação entre o comprador e a Rússia.
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Consideradas “nações amigas”, a China e a Turquia, por exemplo, podem comprar gás e petróleo da Rússia pagando em yuan (moeda chinesa), lira (moeda turca) ou rublo (moeda russa). Os dois países também terão a opção de pagar em bitcoins, caso queiram, de acordo com Zavalny, mas vale lembrar que Pequim baniu a criptomoeda em 2021.
A Rússia é um dos principais produtores de gás natural do mundo.Fonte: Shutterstock
A mesma oferta estará disponível para outros parceiros comerciais “amigáveis” do país comandado por Vladimir Putin, com os criptoativos aparecendo entre as alternativas de pagamento. Não foi divulgada uma lista de mercados que terão acesso ao benefício, mas ela é formada por aqueles que “não estão envolvidos na pressão das sanções”, conforme o líder do comitê.
Criptomoeda volta a subir
Com a possibilidade de a Rússia aceitar pagamentos em bitcoins nas exportações de recursos naturais, o preço da criptomoeda teve uma alta de 4% no fim do dia, chegando a ser negociado acima dos US$ 44 mil (R$ 209,7 mil). Este valor é o maior registrado desde o início de março.
No contexto da guerra, é importante destacar que a moeda digital também tem sido utilizada pela Ucrânia, que arrecadou mais de US$ 48 milhões em criptoativos, em doações, para custear suas ações. Com o alto volume recebido, o governo ucraniano aprovou a legalização das criptomoedas no último dia 16.
Por outro lado, o rublo enfrenta uma de suas maiores crises recentes. Diante disso, Putin afirmou que vai exigir pagamentos em rublos de países “hostis” para a compra de gás e outros recursos naturais, deixando o euro e o dólar de lado, em uma tentativa de fazer a moeda nacional se valorizar novamente.
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