O futuro da Toshiba, um dos maiores conglomerados multinacionais do planeta, continua incerto. Uma votação dos acionistas da gigante japonesa, realizada nesta quinta-feira (24), analisou duas propostas concorrentes, uma apresentada pela administração da empresa e outra defendida pelos chamados acionistas ativistas, constituídos por fundos de hedge estrangeiros.
Ao final da votação, nenhuma das duas proposições conseguiu atingir os 50% necessários para aprovação, nem o plano da administração para desmembrar a unidade de dispositivos da Toshiba, nem a tese ativista de busca de propostas para a aquisição da companhia.
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O desfecho incerto ilustra bem o que tem sido a situação conflitante da empresa nos últimos quatro anos, com embates constantes entre a tradicional administração e os fundos de hedge que chegaram de vários lugares do mundo, após a falência da subsidiária de uma usina nuclear da Toshiba nos EUA resultar em prejuízo de US$ 6,3 bilhões.
Por que ambas as propostas foram derrotadas?
Fonte: Toshiba/Reprodução.Fonte: Toshiba
A derrota da proposta da diretoria da Toshiba, chamada de "antigo Japão" foi generalizada entre os acionistas, mas já era de certa forma esperada. Duas respeitadas consultorias por procuração, a Institutional Shareholder Services Inc. e a Glass Lewis & Co., recomendaram aos seus contratantes que votassem contra a proposta. Para os especialistas, todo o processo se baseou em "raciocínios flagrantemente duvidosos" que fugiram do feedback dos investidores.
Já a proposta da 3D Investment Partners de Singapura, de que a Toshiba buscasse ofertas de compra do capital privado ou mesmo um investimento minoritário, também não encantou os acionistas. Embora a 3D e outros ativistas tenham defendido a tese de venda da empresa, a própria Institutional Shareholder, que recomendou a rejeição da proposta da diretoria, também desaconselhou a proposta de venda, chamando-a de "excessivamente prescritiva e prematura".
Após a dupla derrota, o destino da Toshiba permanece incerto, embora a empresa se prepare para revisar seu plano de reestruturação que poderá incluir a venda de alguns ativos.
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