O prazo para renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) começou no dia 7 de março. A novidade é que, após o presidente Jair Bolsonaro editar a Medida Provisória nº 1.090 em dezembro de 2021, estudantes que estejam com parcelas atrasadas têm direito a um abatimento de até 92% no valor devido. Entretanto, a condição não se aplica àqueles que estejam com o pagamento em dia, o que gerou revolta.
A facilidade na renegociação das dívidas do Fies se aplica apenas a estudantes que formalizaram o financiamento até o 2º semestre de 2017 e que tenham atraso no pagamento de pelo menos três meses. O desconto, entretanto, é progressivo; para os que estão com dívidas atrasadas entre 90 e 360 dias, o desconto é de 12%, com isenção de juros e multas e parcelamento em até 150 vezes.
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Para aqueles com atraso superior a 360 dias, o abatimento é de 86,5%. Já os estudantes inscritos no CadÚnico ou beneficiários do auxílio emergencial são os que têm direito ao desconto de 92%, com o restante podendo ser parcelado em até dez vezes. De acordo com dados do Ministério da Educação, mais de um milhão de estudantes que formalizaram contrato com o Fies está com parcelas atrasadas, resultando em uma dívida de aproximadamente R$ 9 bilhões.
Reclamações
A exclusão dos alunos que estão com os pagamentos em dia acabou gerando reclamações na internet. Falando ao G1, a estudante Beatriz Barauna, de 24 anos, disse que teria sido melhor deixar de pagar os R$ 35 mil que deve para conseguir o desconto. "Se eu tivesse ficado de boa esses anos todos, receberia 92% de desconto agora?", questionou a estudante.
Até o momento, os responsáveis pelo Fies não comentaram sobre as reclamações.
Fontes