Depois de oito anos de prejuízos consecutivos, os Correios voltaram a pagar dividendos a seus acionistas, entre eles a União. Na última quinta-feira (17), a empresa pública federal, que aguarda sua privatização em uma fila angustiante e polêmica, divulgou os seus resultados financeiros do ano de 2021, com um lucro recorrente (após impostos) de R$ 3,7 bilhões, um recorde para a estatal.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos divulgou nota afirmando que o resultado positivo obtido pela empresa em 2021 supera em 101% o valor realizado em 2020. O comunicado afirma que, em junto de 2019, quando a atual gestão tomou posse, havia um risco de dependência do Tesouro Nacional, com prejuízos estimados em R$ 14 bilhões.
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Falando sobre os índices, os melhores já registrados em 22 anos, a diretoria explica que "a curva ascendente apresentada nas demonstrações contábeis, em conjunto com os resultados expressivos anunciados em 2020 e 2021, reflete o êxito do projeto de recuperação financeira e de sustentabilidade econômica executados pela gestão dos Correios".
Estratégias e planos para o futuro
Fonte: Shutterstock/Reprodução;Fonte: Shutterstock
No detalhamento dos resultados, os Correios afirmam que somente o Acordo Coletivo de Trabalho gerou uma economia de R$ 1,3 bilhão em 2021, o equivalente a quase 6% da despesa total. A redução do quadro de servidores envolveu ainda a realização de dois Planos de Demissão Incentivada que, de acordo com a nota, representaram economia de R$ 2,1 bilhões na folha de pagamento.
Animada com o resultado, a empresa pretende aproveitar a experiência e recursos humanos e materiais para "galgar, com mais e melhores condições, outras opções para a empresa”. A afirmação, feita pelo presidente dos Correios, Floriano Peixoto, ao Valor Econômico, prevê o lançamento de um marketplace próprio – o Correios Shopping – ainda neste ano.
Já aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto de lei que visa a privatização dos Correios será objeto de uma audiência pública na próxima quinta-feira (24), no Senado Federal.
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