Divulgado abertamente em 2020, o acordo de aquisição da Arm pela Nvidia por cerca de US$ 40 bilhões foi cancelado. Em anúncio realizado na noite de segunda-feira (7), o SoftBank, empresa controladora da Arm, também confirmou a decisão.
De imediato, o atual CEO da Arm, Simon Segars, deixará o seu cargo e será substituído por Rene Haas (que já foi ex-vice-presidente da Nvidia), chefe de IP na companhia. O grupo SoftBank também anunciou que a Nvidia precisará pagar US$ 1,25 bilhão (cerca de R$ 6,6 bilhões em conversão direta) por não cumprir a transação.
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A negociação seria uma das maiores já registradas no mercado de tecnologia. De acordo com Haas em entrevista ao TechCrunch, a Arm agora pretende buscar um IPO a partir de 1º de abril (no fechamento do trimestre fiscal). “Ele decidiu hoje, nesta fase de sua carreira, que o tempo e a energia necessários para uma abertura de capital da empresa e tudo ao seu redor não era algo que ele queria fazer”, comentou Haas sobre a decisão do ex-CEO.
Negócio bilionário entre Nvidia e Arm foi oficialmente cancelado.
O CEO do SoftBank Group Corp, Masayoshi Son, disse que o novo CEO “é o líder certo para acelerar o crescimento da Arm olhando para uma reentrada nos mercados públicos”. Ele ainda agradeceu Segars “pela sua liderança, contribuições e dedicação à Arm ao longo dos últimos 30 anos”.
"Futuro brilhante"
Os executivos não comentaram, até então, de forma específica sobre a quebra do acordo. “Embora estejamos desapontados que a aquisição não tenha ocorrido, estamos, ao mesmo tempo, muito empolgados com nossas perspectivas daqui para frente”, comentou Haas.
“A Arm tem um futuro brilhante e continuaremos a apoiá-los como um orgulhoso licenciado nas próximas décadas”, disse Jansen Huang, CEO da Nvidia. Ele também destacou que, embora o acordo não tenha ido para frente, “faremos uma parceria estreita com a Arm”. “Esperamos que o Arm seja a arquitetura de CPU mais importante da próxima década”, argumentou.
O negócio entre Nvidia e Arm foi visto de perto por órgãos reguladores e acusado de causar o detrimento de concorrentes. A Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) chegou a anunciar que abriria um processo contra a aquisição, pois ela poderia “minar injustamente os rivais da Nvidia”. Já no início do ano, foi relatado que as empresas poderiam desistir da fusão.
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