Um levantamento divulgado na última terça-feira (01) revelou que 7 em cada 10 trabalhadores de pequenas e médias empresas (PMEs) do Brasil preferem retornar ao trabalho presencial ou híbrido após o fim da pandemia de covid-19. Cerca de 16% dos funcionários das PMEs estão divididos entre remoto e presencial e outros 11% preferem continuar somente em home office.
As informações constam no estudo “Impacto da Covid-19 na cultura e operação das PMEs brasileiras", desenvolvido pela agência de comunicação Edelman e encomendado pela Microsoft Brasil. Apesar de constar a opinião de funcionários, a pesquisa ouviu somente proprietários, parceiros e diretores de mais de 300 PMEs.
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Quem mais prefere o trabalho presencial, o mais comum antes da crise sanitária, são os trabalhadores de microempresas (que têm entre 0 e 9 colaboradores). Neste recorte, 56% dos proprietários disseram que seus funcionários querem retornar para o ambiente corporativo. Por outro lado, quem atua em médias empresas que têm entre 200 e 249 colaboradores aceita menos a ideia de voltar a atuar in loco (27%).
Ainda sobre o modelo de trabalho, os dirigentes das PMEs do país em sua maioria disseram que atualmente adotam o regime híbrido com seus funcionários (47%). Enquanto isso, 38% contaram que estão com todos os colaboradores atuando de forma presencial e outros 15% explicaram que seus funcionários estão todos atuando de maneira remota.
Os números revelam um bom indicativo para o futuro também porque os empresários disseram que a produtividade aumentou com o modelo híbrido ou 100% remoto. Mais da metade deles (52%) disseram que os funcionários conseguiram produzir mais e entregar mais resultados mesmo longe da companhia.
Complicadores do home office
Mesmo com os bons indicadores e com a vontade de muita gente em continuar atuando pelo menos em regime híbrido, o levantamento da Microsoft aponta obstáculos para essa nova era do trabalho moderno.
“Embora grande parte das empresas reconheça o impacto positivo do trabalho remoto na produtividade, elas também apontaram algumas barreiras importantes, como conectividade com a internet e infraestrutura tecnológica. Esse cenário demanda das empresas um olhar atento para investimentos em soluções que facilitem os novos modelos de trabalho e promovam integração entre as equipes", salientou Priscyla Laham, vice-presidente de Vendas para o mercado corporativo e SMB da Microsoft Brasil.
Os empresários das PMEs brasileiras também citaram fatores como cibersegurança, equipamentos para produtividade, comunicação e trabalho em equipe e níveis de humor/estresse do funcionário como questões complicadoras para o perfil home office.
Cenário internacional
O cenário brasileiro sobre novos modelos de trabalho reflete um pouco do que tem acontecido mundo afora. Uma pesquisa do Slack, uma plataforma de comunicação corporativa, revelou que 98% dos executivos chefes do Reino Unido estão repensando sobre os espaços físicos dos escritórios e investindo em tecnologias que permitam uma maior flexibilidade do modelo de trabalho.
Em outras nações, cerca de 86% dos entrevistados disseram que flexibilizar a forma de trabalho é uma prioridade média para o atual momento e 69,5% disseram que certamente investirão no formato híbrido nos próximos anos.
Pip White, vice-presidente sênior do Slack, argumentou que com os quase 2 dois anos de pandemia, um dos mitos que foi quebrado é que a produtividade está intimamente ligada aos escritórios e ambientes corporativos.
"Com os funcionários cada vez mais querendo escolher quando e onde trabalhar, a sede se tornou digital e o local para reunir organizações, para colaborar, formar equipes e resolver problemas. Como este relatório confirma para os líderes do Reino Unido, o ambiente digital é cada vez mais vital, tornando-se o lar tanto do trabalho quanto da cultura [da empresa]”, afirmou.
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