O governo britânico publicou em seu site oficial, na terça-feira (14), o resultado parcial de uma investigação conduzida desde o início deste ano pela Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA em inglês). O movimento visa avaliar o poder excessivo da Apple e do Google em controlar, no país, os sistemas operacionais (iOS e Android), as lojas de aplicativos (App Store e Play Store) e os navegadores da web (Safari e Chrome).
De acordo com o presidente-executivo da CMA, Andrea Coscelli, os dois gigantes da tecnologia conseguiram criar “ecossistemas autossuficientes” que controlam a forma “como usamos os telefones celulares, e tememos que isso esteja causando prejuízos a milhões de pessoas em todo o Reino Unido".
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Quando alguém compra um dispositivo móvel, diz a publicação governamental, “basicamente entra no ecossistema iOS da Apple ou no Android do Google. A partir desse momento, as duas big techs passam a ter controle total do conteúdo online fornecido aos usuários. Com isso, conseguem alavancar o poder de mercado de acordo com seus próprios interesses.
Fonte: Google/Apple/logos das lojas de aplicativos.Fonte: Google/Apple
O que pretende o regulador britânico?
Citando exemplos, como a proibição de lojas de terceiros em iPhones, iPads e no navegador Safari, e o fato de o Google Chrome e a Play Store virem pré-instalados nos dispositivos Android, Coscelli disse que a comissão avaliará suas descobertas iniciais, em busca de respostas até o dia 7 de fevereiro de 2022, quando espera elaborar um relatório definitivo até o mês de junho.
Fazendo referência a um “novo regime pró-concorrência” na Grã-Bretanha, o ministro de tecnologia e economia digital, Chris Philip, afirmou que a ideia é equilibrar o “campo de jogo” entre as gigantes da tecnologia e as pequenas empresas do país.
O esboço do relatório da CMA já contém uma série de alternativas ao que chamou de "duopólio" das empresas norte-americanas. Uma delas é facilitar aos usuários a opção de alternar livremente entre os dispositivos iOS da Apple e Android do Google, sem perda da funcionalidade ou dos seus dados.
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