Julian Assange, 50, cofundador do WikiLeaks, pode ser extraditado para os Estados Unidos após decisão do Supremo Tribunal do Reino Unido. No início do ano, outra sentença avaliou que ele não poderia ser extraditado devido a preocupações com sua saúde mental e um possível risco de suicídio.
Assange foi indiciado nos EUA por 18 acusações relacionadas à obtenção e divulgação de material de defesa e segurança nacional, “principalmente em 2009 e 2010”, quando ele relatou as operações militares do país na Baía de Guantánamo, Iraque e Afeganistão. A decisão, tomada nesta sexta-feira (10) pelo juiz Timothy Holroyde, pode render até 175 anos de prisão. As acusações incluem violações de leis de espionagem e conspiração contra o governo.
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A Anistia Internacional Francesa publicou que a nova decisão é “uma caricatura de justiça”. Ao reverter o julgamento anterior, ativistas, jornalistas e entidades encaram a reviravolta como preocupante para a liberdade de expressão e de imprensa. A Anistia também cita que, ao aprovar o recurso dos EUA, a “justiça britânica aceitou as garantias diplomáticas pouco confiáveis” do país, que afirma que não vai torturá-lo, por exemplo.
Decisão será apelada
A noiva do jornalista, Stella Moris, disse que essa decisão será apelada “o mais rápido possível”. “Nos últimos dois anos e meio, Julian permaneceu na prisão de Belmarsh e, de fato, está detido desde 7 de dezembro de 2010 de uma forma ou de outra”, disse. “Como eles podem aprovar a extradição para o país que planejou matar Julian? Isso vai contra os fundamentos da liberdade de imprensa e da democracia”, questionou Moris.
“A vida de Julian está, mais uma vez, sob grave ameaça, assim como o direito dos jornalistas de publicar material que governos e corporações consideram inconvenientes”, disse Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks.