O site da revista Forbes divulgou na sexta-feira (12) que a Apple tem comprado em segredo anúncios no Google para promover aplicativos de diversos desenvolvedores. Só que eles estão bastante insatisfeitos com essa aparente “promoção” grátis, pois além de divulgar os apps, geralmente de alto valor, sem o consentimento de seus autores, o objetivo da Maçã é outro: receber milhões de dólares provenientes da receita de assinaturas.
Essa forma de arbitragem que, segundo alguns desenvolvedores, já dura pelo menos dois anos e custou à companhia de Cupertino milhões de dólares, tem o claro objetivo de redirecionar o tráfego que iria para o site do criador, diretamente para a App Store. Com isso, a Apple embolsa já no primeiro ano 30% de tarifa sobre o serviço vendido e mais 15% para cada ano subsequente.
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Logicamente que, de olho nas polpudas tarifas, a Apple divulga apenas grandes marcas, como os aplicativos de namoro (Tinder, Plenty of Fish e Bumble), a editora de educação Masterclass, o serviço de idiomas Babbel e a gigante de mídia HBO.
Mas não é bom ter seu produto anunciado de graça?
A HBO Max compete consigo mesma, em um anúncio da Apple. (Fonte: Google/captura de tela).Fonte: Google
Quando a Forbes indagou aos desenvolvedores “beneficiados” pela Apple se eles não gostariam de continuar tendo esse tipo de publicidade para atrair mais clientes e vender mais, a resposta foi um sonoro “não!”. Um deles explicou: “Você está construindo seu crescimento com base no que você acha que vale um cliente, e se um cliente vale 30% menos, sua margem acaba”.
A estratégia é fácil de entender. Quando o cliente adquire o produto através de um anúncio no Google, ele não sabe que os 30% vão para a Apple. Assim, uma assinatura da HBO Max, por exemplo, que custa em torno de US$ 180 anuais, renderia à loja da Apple US$ 54, enquanto seu anúncio custaria entre US$ 5 e US$ 10 no Google.
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