O Facebook mal anunciou o lançamento de um projeto de carteira de criptomoeada e os legisladores dos Estados Unidos já reagiram mal à iniciativa. A Novi foi anunciada nesta terça-feira (19) e, horas depois, um grupo de senadores democratas enviaram uma carta para Mark Zuckerberg pedindo a suspensão do projeto.
“Não se pode confiar no Facebook para gerenciar um sistema de pagamento”, afirmam os congressistas. Os planos de uma infraestrutura de pagamentos da plataforma são incompatíveis com o cenário regulatório financeiro real, argumentam os senadores Brian Schatz, Sherrod Brown, Elizabeth Warren, signatários do documento.
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Por enquanto, a carteira Novi do Facebook não terá uma moeda própria, mas permitirá o envio e o recebimento de dinheiro sem taxas da stablecoin Paxos, custodiada pela Coinbase. Mas David Marcus, chefe da Facebook Financial, disse que a empresa ainda planeja lançar a carteira e a moeda "assim que receber a aprovação regulatória e entrar no ar".
Remittances are a critical way to achieve financial inclusion. Today, we’re rolling out a small pilot of the @Novi digital wallet app in two countries — the US and Guatemala. People can send and receive money instantly, securely, and with no fees. 1/8
— David Marcus (@davidmarcus) October 19, 2021
Falta de confiança no Facebook
Projeto piloto está sendo realizado nos Estados Unidos e na Guatemala. (Fonte: Novi/Reprodução)Fonte: Novi/Reprodução
Em 2019, Zuckerberg foi convocado para a Câmara e o Senado para explicar o projeto Libra. A audiência aconteceu apenas um ano após o escândalo Cambridge Analytica, e os congressistas questionaram a credibilidade da empresa. A moeda Libra foi abadonada, mas reapareceu depois rebatizada como Diem.
Na carta, os senadores expressaram as mesmas preocupações. “Pedimos que interrompa imediatamente o seu piloto Novi e se comprometa a não lançar Diem no mercado”, solicitam os congressistas.
No início de outubro, os danos causados pelo Facebook foram tema de uma audiência no Comitê de Comércio do Senado. Os senadores ouviram o testemunho de Francis Haugen, que vazou dezenas de documentos internos da rede social, e planejam propostas legislativas para regular a empresa.
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