A Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp) denuncia que a Uber excluiu, de forma sumária e sem aviso prévio, 15 mil motoristas da plataforma, o equivalente a 1% de toda a base de colaboradores no Brasil.
A empresa nega a informação e afirma que 1,6 mil parceiros foram desligados em virtude do cancelamento de viagens em excesso ou para fins de fraude, o que viola o Código da Comunidade. A Uber argumenta que o comportamento prejudica intencionalmente o seu funcionamento e atinge também usuários e outros motoristas.
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A plataforma não detalhou o que é considerado um uso abusivo do cancelamento de viagens. Contudo, deu o exemplo de um motorista que, no período de um mês, cancelou 10.051 corridas da 10.473 que foram enviadas para ele.
A Uber considera que os motoristas são autônomos que prestam serviços intermediados pela plataforma. Entretanto, na última quinta-feira (23), a 4ª Região do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) reconheceu existência de relação de emprego e condenou a empresa ao pagamento de indenização por uma dispensa sem justa causa.
Aumento de custos e de tarifa
Uber não reconhece relação trabalhista entre motoristas e a plataforma. (Fonte: Pixabay/Jackson David/Reprodução)Fonte: Pixabay/Jackson David/Reprodução
Por conta dos efeitos da pandemia e da alta de combustíveis, a Amasp estima que cerca de 25% dos motoristas que rodam na cidade de São Paulo desistiram de trabalhar pela plataforma. Com menos carros à disposição, o tempo de espera dos passageiros aumentou consideravelmente, o que gerou diversas reclamações.
Para manter os condutores, os aplicativos de transporte, como Uber e 99, aumentaram em setembro a remuneração paga aos parceiros. As viagens do UberX, categoria mais popular do serviço, chegaram a ter um reajuste de 35% na capital paulistana, enquanto a remuneração da 99 subiu entre 10 a 25%.
De acordo com o presidente da Amasp, Eduardo Lima de Souza, o reajuste só ocorreu depois que houve o aumento do número de corridas canceladas pelos motoristas, mas ainda é insuficiente para conter a elevação de custos. Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio das bombas de gasolina subiu 63% entre abril de 2016 e setembro de 2021.
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