No domingo (19), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) criticou o Nubank, em uma publicação em seu LinkedIn, por agir como um banco, mas (supostamente) não arcar com as responsabilidades de um “banco de verdade”. Um dos motivos apontados seria o fato de a fintech pagar menos impostos do que as instituições tradicionais e cobrar juros de cartão rotativo maiores do que os “grandes bancos”.
Tudo começou após o grupo Zetta — composto de Google, Nubank, Mercado Pago, entre outras empresas independentes — publicar em seu LinkedIn uma reportagem do jornal Valor Investe sobre as tarifas dos grandes bancos estarem acima da inflação.
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“A verdade sobre assimetrias: tarifas dos grandes bancos, que reclamam da perda de competitividade, saltam acima da inflação durante a pandemia, enquanto as tarifas das fintechs são mantidas”, de acordo com o grupo em sua publicação.
(Fonte: Época Negócios/Reprodução)Fonte: Época Negócios
Febraban vs. Nubank
Em resposta a essa publicação, a Febraban disse que a página do Banco Central do Brasil aponta que a taxa média do juro do cartão rotativo do Nubank em agosto era de 291,67% ao ano, enquanto a média dos 5 grandes bancos é de 271,68%.
A publicação ainda traz outros dados que baseiam seu argumento de que o Nubank estaria lucrando em cima de seus clientes e questionou onde estavam as fintechs durante a crise causada pela pandemia de covid-19 — enquanto os bancos doaram R$ 2 bilhões em recursos para saúde.
“A 'verdade' verdadeira é que as grandes fintechs gostam mesmo é de pagar apenas 'meia entrada' e em nada se diferenciam dos bancos. Aliás, só não são bancos para pagar menos impostos, gerar menos empregos, ter poucas obrigações regulatórias e trabalhistas”, segundo a Febraban.
Resposta do Nubank
Em resposta às críticas, o grupo que inclui o Nubank se pronunciou dizendo: “A Zetta lamenta que a Febraban evite a discussão sobre a elevação das tarifas bancárias acima da inflação (vide estudo do Idec) e tente confundir a opinião pública a respeito de temas importantes sobre a concorrência no setor de serviços financeiros”.
O grupo citou alguns dos benefícios que os bancos tradicionais têm, como o fato de as taxas de juros das fintechs serem menores do que as dos bancos, mas que estas pagam mais tributos e não podem usar os valores depositados em suas contas para gerar empréstimos.
A Zetta ainda cita que a maioria dos serviços oferecidos pelas fintechs — como transferências para outros bancos — são isentos de cobranças, o que permite aos seus clientes economizarem “dezenas de bilhões de reais”. Por outro lado, os bancos tradicionais ainda concentram 68,5% de todo o mercado de crédito, o que só dificulta a competitividade entre as fintechs.
Fontes