A Accenture realizou uma pesquisa no Brasil para melhor compreender como o trabalho em serviços de transporte, como o que é oferecido pela Uber, mudou desde o início da pandemia da covid-19 e como tem sido a rotina de quem só começou a atuar como motorista no último ano.
Resumidamente, o trabalho foi tido como fonte de renda "essencial" ou "importante" para 81% dos entrevistados, sendo uma fonte alternativa ou principal de finanças na casa. Além disso, 24% dos novos motoristas estavam desempregados antes de entrar na plataforma, enquanto 58% tiveram horas reduzidas ou estavam em processo de desligamento de outra empresa. Mais da metade (57%) relatou ainda que não conseguiu receber ou não cumpria os requisitos do Auxílio Emergencial.
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As dificuldades financeiras relatadas se relacionam com a oportunidade no app: 73% concordou com a afirmação de que "trabalhar na plataforma funcionou como uma rede de proteção financeira durante a pandemia" e 87% acha que poderia ter problemas financeiros sem o serviço.
Flexibilidade e dinamismo
Para o estudo, que foi encomendado pela própria Uber, foram entrevistados 4.941 motoristas e entregadores de seis países (Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, França e Reino Unido) entre março e abril de 2021. Os relatos foram cruzados com pesquisas acadêmicas sobre trabalho em plataformas e dados da própria Uber sobre a chegada de novos parceiros no app desde 2019.
Os motoristas e entregadores relataram que foram atraídos para o app pela flexibilidade de horários e o acesso facilitado à renda, fora a possibilidade de interromper o trabalho a qualquer momento — como ao conseguir um novo emprego, por exemplo. Neste caso, 74% dos novos motoristas relataram que o serviço pode ajudá-los a buscar vagas futuras com as habilidades adquiridas no tempo de serviço.
Situação complicada
No total, 76% dos motoristas e entregadores que entraram no app durante a pandemia relatam o serviço como "um trabalho satisfatório".
Vale lembrar, entretanto, que os serviços de transporte também não passam por um bom momento: fatores como o alto preço da gasolina reduziram ainda mais a renda gerada no Brasil, o que até gerou recentemente uma alteração de tarifa por parte das empresas do setor.
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