Desenvolvedor kids: existe idade mínima para começar a programar?

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Equipe TecMundo

Há décadas que os jovens são os principais interessados em tecnologia, e o ensino de programação e robótica tem sido integrado ao contexto de desenvolvimento dessas habilidades cada vez mais cedo, pelo menos é isso o que afirmam os especialistas.

O jovem Luis Eduardo, de 13 anos, afirma já ter uma certeza em sua vida: trabalhar na NASA, para que possa construir robôs e enviá-los ao espaço. “Eu gostaria de ir para Londres, para a Universidade de Oxford. Lá, eles ensinam tudo sobre astrofísica para trabalhar na NASA”, disse Luis Eduardo em entrevista à CNN.

Segundo Luís Eduardo, desde muito cedo ele passou a investigar as universidades que oferecem programas de robótica, porque seu interesse vai muito além do gosto infantil pela Matemática — o jovem agora está cada vez mais interessado em programação. “Pelo mesmo motivo que gostava de Matemática, desde pequeno queria aprender robótica. Então minha mãe pesquisou e encontrou cursos de programação", disse o garoto.

Apesar de, por enquanto, Luís Eduardo ver a programação mais como um hobby, essa é uma das habilidades que devem ter um maior impacto em um futuro bem próximo. Segundo o relatório Futuro dos Empregos de 2020, concebido pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), a programação compõe o grupo das 10 habilidades emergentes no mercado de trabalho para os próximos 5 anos. “Com a enorme aceleração da mudança tecnológica, estimamos que o mercado de trabalho global pode absorver cerca de 150 milhões de novos empregos em tecnologia nos próximos 5 anos; e muitos outros empregos tradicionais serão convertidos em “empregos de tecnologia”, exigindo que os funcionários tenham mais competências digitais”.

O diretor da Robotix, Roberto Saint Martin, acredita que a programação é muito mais do que uma competência emergente para o mercado de trabalho, ela, na verdade, é uma ferramenta para causar impacto na sociedade, por meio de video games, por exemplo.

"Em uma cultura ampla e difundida de video games, [...] uma das maneiras que meninas e meninos têm hoje [para gerar impacto] não é apenas como usuários de video games, mas também participando da construção dos próprios jogos", afirmou o diretor.

Video games despertando o interesse

A companhia BYJU’S Future School, que desembarcou no México neste ano, tem uma visão semelhante à de Roberto Saint, a de que meninos e meninas não devem ser apenas consumidores de tecnologia, mas também criadores. A empresa foi criada na Índia, em 2011, e desde então tem oferecido cursos de programação que têm a duração de 1 mês a 1 ano e meio.

Os pontos de enfoque da BYJU’S são os jogos eletrônicos, já que, com eles, o interesse de jogar pode migrar para o desenvolvimento de novos títulos com maior facilidade. De acordo com Carlos Tejada, vice-presidente de Vendas e Operações no México da companhia: “Como queremos transformar crianças em criadoras de tecnologia, muitas delas serão criadoras de novos video games. Então, o que buscamos é despertar esse interesse que elas têm pelos video games e que, além de passarem o tempo jogando, passem criando”. Porém, a utilização da programação no mundo digital é praticamente ilimitada, e aqueles que aprimorarem sua habilidade poderão criar desde jogos e sistemas operacionais até um site confiável, onde as pessoas possam encontrar uma variedade de plataformas seguras e honestas.

Disparidade de gênero

Apesar dos benefícios das tendências tecnológicas, um problema comum na nossa sociedade é a disparidade de gênero. Isso porque, de acordo com a Robotix, nos seus cursos de programação entre setembro de 2020 e julho de 2021 houve uma desigualdade enorme: 83% dos matriculados eram meninos, enquanto apenas 17% eram meninas. A especialista em desenvolvimento do adolescente Maria Eugênia de Diego, da Unicef México, explica que no país há uma lacuna muito grande entre homens e mulheres relacionada às carreiras de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, na sigla em espanhol). Segundo a profissional, aproximadamente 50% dos homens no México escolhem carreiras STEM, enquanto as mulheres chegam a apenas 30%.

Para tentar reverter esse quadro no México, a Unicef tem trabalhado em um programa-piloto, que promove o ensino de carreiras STEM nas escolas de Ensino Fundamental.

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