Uma consultoria de TI com sede na Califórnia processou a Huawei e sua subsidiária no Paquistão, alegando que a empresa de telecomunicações chinesa roubou seus segredos comerciais e não honrou um contrato de desenvolvimento de tecnologia com as autoridades paquistanesas.
A reclamação, apresentada na quarta-feira (11) na Justiça dos Estados Unidos, descreve como a Business Efficiency Solutions (BES) começou a trabalhar com a Huawei para revisar os sistemas de TI disponíveis para a polícia paquistanesa.
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Para modernizar a polícia de Punjab, o governo do Paquistão convidou várias empresas a apresentarem propostas, incluindo Motorola, Nokia e Huawei. A companhia chinesa se interessou, mas afirmou não ter capacidade técnica para fornecer os sistemas exigidos.
Portanto, em março de 2016, a companhia chinesa fez parceria com o BES para desenvolver os oito softwares solicitados pelas autoridades. A empresa americana afirma que seu trabalho no projeto foi fundamental para a decisão de contratação a Huawei por US$ 150 milhões.
Acusação de roubo de propriedade intelectual e espionagem
Huawei nega acusações e abriu processo no Paquistão contra a BES. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)Fonte: Wikipedia/Reprodução
A Huawei teria tido acesso aos projetos iniciais e depois desistiu a pagar pelo serviço. O processo judicial alega também que a Huawei usou o sistema desenvolvido pela BES "para criar uma backdoor e obter dados importantes para a segurança nacional do Paquistão, além de espionar os cidadãos paquistaneses".
Entre as provas apresentadas está um e-mail da BES, enviado em 28 de março de 2017, solicitando para a Huawei um documento que comprove a autorização da polícia de Punjab para armazenamento de seus dados confidenciais na China.
A empresa chinesa teria respondido que não era necessária a aprovação. No entanto, posteriormente teria dito que recebeu a aprovação do governo do Paquistão, mas não forneceu documentação para esse efeito.
Quando as alegações surgiram, a Huawei negou as acusações. Em 2018, a empresa chinesa entrou com uma petição de arbitragem em Islamabad, Paquistão, e obteve uma liminar impedindo a BES de rescindir seu contrato.
Em setembro, a BES entrou com sua própria petição de arbitragem para recuperar os danos e agora continua com a seu processo de rompimento de segredo comercial e concorrência desleal na Califórnia.
Fontes