O diretor sênior do Conselho de Segurança Nacional para o Hemisfério Ocidental da Casa Branca, Juan González, confirmou nesta terça-feira (10), em entrevista a jornalistas argentinos e brasileiros, a pressão exercida pelos Estados Unidos sobre o governo do Brasil durante missão realizada na semana passada para retirar a Huawei do leilão da rede 5G.
Os representantes dos EUA disseram que o governo brasileiro deveria levar em consideração uma eventual escassez de chips que poderá ser enfrentada pela Huawei, o que teria consequências para os consumidos brasileiros. Os americanos pretendem adotar medidas para restringir a venda de produtos de alta tecnologia para empresas chinesas.
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González ainda afirmou que a exclusão da gigante de telecomunicações da China do leilão do 5G não está vinculada a um apoio dos Estados Unidos para que o Brasil se torne “parceiro global” da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Pressão para exclusão da Huawei
Leilão do 5G não estava na pauta oficial do encontro do Conselheiro de Segurança dos EUA e o presidente Bolsonaro. (Fonte: Embaixada dos EUA no Brasil/Reprodução)Fonte: Embaixada dos EUA no Brasil/Reprodução
Os Estados Unidos pressionam o Brasil para excluir a Huawei do leilão para a implantação da tecnologia 5G desde o governo de Donald Trump, mas nunca admitiram a pressão. A declaração de González marca a primeira vez que um representante do alto escalão americano menciona as possíveis dificuldades logísticas da empresa chinesa.
Em 2019, ainda sob a administração de Trump, o governo dos EUA incluiu diversas companhias chinesas produtoras de chips e sua “lista suja”, que proíbe o relacionamento comercial com empresas americanas.
Apesar de não estar na agenda oficial, a tecnologia 5G foi um dos principais temas tratados pelos representantes do governo de Joe Biden nas recentes visitas aos chefes dos governos brasileiro e argentino.
Leilão do 5G
No Brasil, o leilão do 5G está previsto para acontecer ainda em 2021 e deverá movimentar mais de R$ 44 bilhões. O edital está sendo analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que deverá dar um parecer final no dia 18 de agosto. A minuta da licitação não exclui a Huawei do certame, mas prevê uma rede separada para o governo que a empresa chinesa não poderia participar.
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