A gigante do comércio chinesa Alibaba demitiu, nesta segunda-feira (9), um dos executivos de seu quadro de profissionais, Wang Chengwen, após uma funcionária fazer acusações de agressão sexual. O relato da vítima, publicado em rede interna da companhia nesse fim de semana, viralizou na rede social Weibo, e o movimento da empresa é uma de suas ações para conter os danos gerados à sua imagem.
De acordo com a funcionária, Chengwen a obrigou a beber excessivamente durante um jantar corporativo que ocorria em julho na cidade de Jinan, capital da província de Shandong. Do evento, ela pouco se lembra, mas conta que Wang a teria beijado e a tocado sem seu consentimento, sendo que ele confirma a prática de atos íntimos com uma colaboradora embriagada.
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Gigante do comércio demitiu executivo que teria abusado de funcionária.Fonte: Divulgação/Alibaba Group
A punição não será revogada em hipótese alguma, destacou o Alibaba em comunicado. "Se estuprou ou fez algo que viole a lei, caberá à justiça averiguar. De todo modo, [Chengwen] jamais será recontratado", pontuou a mensagem, indicando que o grupo obteve "clareza a respeito de alguns fatos críticos relacionados ao incidente."
Ainda assim, a trabalhadora afirma que decidiu compartilhar a história pelo fato de que sua denúncia inicial não gerou as ações esperadas.
Tolerância zero
Daniel Zhang, CEO do Alibaba, mostrou descontentamento com o setor de recursos humanos da companhia e com o tratamento dedicado ao caso, considerado por ele "vergonhoso". Além disso, salientou que dois outros executivos, Xu Kun e Li Yonghe, pediram demissão. "[O RH] não prestou atenção e cuidado suficientes ao nosso povo", lamentou também em comunicado.
"Houve ausência de um sistema de resposta emergencial, assim como um grave erro. Face a uma investigação criminal, [os responsáveis por gerenciar a situação] falharam na suspensão dos infratores. Isso indica um problema em nossa cultura e capacitação. Diante dessa falha sistêmica, a liderança deve ser responsabilizada", determinou Zhang.
Daniel Zhang, CEO do Alibaba.Fonte: Reprodução/Alibaba Group
Um porta-voz defendeu que a empresa "tem uma política de tolerância zero contra a má conduta sexual" e que "garantir um local de trabalho seguro para todos" é sua maior prioridade. "Independentemente do gênero, nossas equipes têm o poder de rejeitar qualquer solicitação feita por um cliente ou supervisor", finalizou o CEO, que apontou a intenção de reforçar as políticas de antiassédio do grupo.
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