Nesta sexta-feira (06), o site Reuters denunciou a Shein por publicar declarações falsas sobre certificados internacionais acerca das condições de trabalho em suas fábricas. A varejista chinesa — que tem preços muito abaixo do mercado e publica centenas de novidades em seu site diariamente — cresceu consideravelmente nos últimos 18 meses, acumulando 23 milhões de seguidores no TikTok e Instagram.
As informações omitidas são exigidas por alguns países, neste caso o Reino Unido, onde empresas que vendem mais de 36 milhões de libras são obrigadas a declarar quais medidas estão tomando para combater o trabalho forçado, como pede a Lei de Escravidão Moderna de 2015 do país.
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A plataforma de fast fashion publica mais de centenas de novos modelos todos os dias. (Fonte: Reuters)Fonte: Reuters
Apesar do crescimento incontestável, a empresa não divulga dados sobre seus rendimentos, nem é transparente quanto ao padrão de seus fornecedores ou sobre as reais condições de seus funcionários em toda a cadeia de abastecimento da rede de fast fashion. A Shein afirma nunca ter se envolvido com trabalho infantil ou forçado, mas não fornece todas as informações que a lei britânica exige.
As declarações que são feitas, geralmente, acompanham alguma contradição, como é o caso questionado pela Reuters. Na página “Responsabilidade social” do site oficial da Shein, a empresa declarava estar em conformidade com os padrões trabalhistas rígidos que foram “estabelecidos por organizações internacionais, como o SA8000®”.
Procurada pela Reuters, a Social Accountability International — norma baseada nos padrões da Organização Mundial de Normalização (ISO) e responsável pela SA8000 — disse que a empresa chinesa não foi certificada através de seu programa e que não teve nenhum contato com a instituição. Ao ser questionada sobre o caso, a Shein apagou qualquer menção à ISO e à norma.
Até o momento, a Shein ainda não se pronunciou sobre o caso.
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