Um documento relacionado à batalha nos tribunais entre o Google e a Epic Games, divulgado nessa quinta-feira (5), afirma que a gigante das buscas chegou a considerar comprar parte da desenvolvedora ou mesmo sua totalidade. Supõe-se que, com isso, tentaria barrar a concorrência que a publisher representaria à loja de aplicativos de seu sistema operacional, o Android, na área de comercialização de apps.
Tim Sweeney, CEO da Epic Games, comentou o caso em seu perfil no Twitter e declara que tais movimentos eram desconhecidos à empresa que comanda. Diz também que ordens restritivas, impostas judicialmente até então, impediram a ciência antecipada dos fatos.
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Aliás, em sua ação contra a big tech, a Epic Games alega ter sido ameaçada após revelar seus planos de oferecer o Fortnite fora do Google Play e dá detalhes a respeito do cenário.
"O Google chegou ao ponto de compartilhar seus lucros, gerados por monopólio, com parceiros de negócios para garantir seu acordo para eliminar a concorrência; desenvolveu uma série de projetos internos para lidar com o 'contágio' que percebeu a partir dos esforços da Epic e de outros para oferecer alternativas aos consumidores e desenvolvedores competitivos; e até mesmo contemplou a compra de parte ou de toda a Epic para reprimir essa ameaça", destaca um trecho do processo.
Conversas internas permanecem sob sigilo, assim como o período em que teriam ocorrido. De todo modo, a Epic Games defende que não recebeu contato algum que indicasse a possibilidade de ofertas nem se haveria um prazo para se posicionar frente a eventuais negociações.
Tim Sweeney, CEO da Epic Games.Fonte: Reprodução/Lim Jeong-yeo/The Korea Herald
Proteção de monopólio?
Ainda segundo o documento, um gerente do Google teria oferecido à Epic Games um acordo "especial" para distribuição do Fortnite pelo Google Play. Além disso, supostamente justificou a proposta como uma opção para que a companhia não passasse pela "terrível" experiência de enfrentar as barreiras impostas a criadores que desejem utilizar canais alternativos.
"O Google entende que as inúmeras barreiras que ergue para o download direto têm o efeito de proteger seu monopólio de distribuição de aplicativos e de limitar a capacidade dos desenvolvedores", salienta a Epic em sua reclamação, citando, inclusive, que profissionais da big tech reconheceriam ser este o propósito da gigante.
A acusada nega as alegações, afirmando que suas políticas "consistentes" e "justas" visam à proteção de usuários e da plataforma. "Continuaremos a nos defender contra essas reivindicações sem mérito", avisa o Google.
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